quarta-feira, 29 de abril de 2015

Visita especial

Ela visitará você apenas uma vez, por isso esteja preparado quando ela vier.
Ela virá trazendo um presente, para que fique contente.
Quando ela chegar, não olhe nos olhos dela.
Qualquer dia a morte te visitará.

A velhinha

Ela me esperava.
  Porque eu achava que me esperava? Nunca conversamos, nunca a vira durante o dia. Mas a qualquer hora da noite que sentisse aquele arrepio característico percorrer meu corpo, era certo que a veria na esquina.
  O ápice do meu medo foi a noite da tempestade. Acordei com as janelas batendo violentamente, e com respingos de chuva entrando no quarto. Levantei-me de um salto. Ela estava no mesmo lugar em que a vira nas outras noites. Parecia muito frágil, semi-protegida por uma capa com touca, parada à luz dos últimos lampiões. Mas não. Ela não era desprotegida. Era um ser diabólico, decidido a transformar meus nervos em frangalhos.
  Passei a vê-la nos lugares mais improváveis; em duas oportunidades, pensei que passara do outro lado da calçada; rapidamente.
  Eu estava em companhia de uns amigos, que notaram meu empalidecer.
  A sequência dos meus dias transformaram-se num inferno e eu já temia pela minha sanidade.
  Fiz o que meu coração mandou, numa noite em que os grossos pingos de chuva começaram a açoitar minha janela. Esperei-a. Meu coração batendo descompassadamente quase parou quando meus olhos enxergaram o vulto de andar trôpego saindo da escuridão e aguardando sob a luz que tantas noites a iluminara. Desci as escadas vestindo a capa de chuva e quase ri quando passei pela cozinha, pois cogitara levar uma faca. Desisti. Seria cômica a prisão de um jovem de um metro e oitenta que atacara uma velhinha com uma faca de cozinha.
  Quando abri a porta da frente, as lufadas de vento gelado espargiram o temporal sobre a camisa do pijama e eu senti um ódio indescritível pelo vulto mirrado me aguardando na esquina. Pensei que hoje ela iria prum asilo ou sanatório, querendo ou não.
  Ao me aproximar minha coragem já não era tão patente. Chamei-a. Quando levantou os olhos pude sentir sua frieza. Soube que não poderia fugir.
  Sua mão esquerda agarrou meu pulso. Dei-lhe um puxão violento, mas ela não se moveu. A única coisa que consegui foi lesionar o bíceps. Esmurrei-lhe. Ela não se mexeu, não pareceu sentir nada. Ela balançou a cabeça afirmativamente quando perguntei em lágrimas se minha hora chegara.
  Seu pulso extremamente poderoso foi me puxando, enquanto eu esperneava e abrasava o flanco esquerdo na calçada de cimento.

Enviado por: Magno Domino Machevo

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Ventríloquo

Eliana estava tão triste com a morte do filho, que guardou o caixão dele no quarto. Todas as noites ela limpava o corpo dele, até que um dia, o corpo desapareceu.
Ela entrou em depressão. O filho era a coisa mais importante pra Eliana.
Uma semana depois, ela encomenda um boneco ventríloquo do mesmo tamanho do filho, e começa a fazer apresentações em bares e teatros. Com isso, ela ganha fama e se casa com a melhor amiga, Lisa.
Juntas, as duas viajam pelo mundo inteiro fazendo shows nos melhores teatros do mundo.  Até o dia em que Eliana morre num acidente de carro, deixando assim o show com Lisa.
No começo ela não conseguia se acostumar com o trabalho, mas logo se adaptou. Alguns dias depois ela descobriu que Eliana tinha feito um pacto e transferido a alma do filho pro boneco. Com isso Lisa tentou queimar ele, mas na mesma hora, alguém bateu na porta.
Era a polícia procurando por um grupo de assassinos que fugiram da cadeia.
Depois disso, ela tenta queimar o boneco, que na mesma hora, começa a chorar dizendo pra não matá-lo. Lisa jogou ele no chão assustada, e correu pela casa. Quando escuta: "Acalme-se, eu não vou te machucar. Nós podemos ganhar dinheiro com isso."
Hoje em dia, Lisa é dona de um show de ventríloquos.


O visitante do mundo dos mortos

Você acorda de madrugada e vê o relógio, 03:10.
A porta do quarto abre sozinha, fazendo assim um barulho de madeira velha. Nesse momento, Uma criatura de 2 metros de altura, com a pele totalmente podre, entra no seu quarto, se esconde debaixo da cama. e sussurra: "boa noite, eu vim te levar pro mundo dos mortos, se você quiser, eu te deixo ficar lá."
Você é jogado dentro de um portal e vai pra uma cidade totalmente diferente de qualquer outra no mundo.
Quando você chega lá, uma multidão começa a olhar fixamente nos seus olhos. No meio da multidão, aparece toda a sua família chorando por você estar ali.
A criatura que te levou pra lá, aparece, te joga no chão e começa a te esquartejar. Você pede pra voltar pra casa, então ele faz um desenho no chão, e te empurra nele.
Você desmaia. Quando acorda, sua cama está cheia de sangue, sua barriga aberta, cheia de vermes saindo por todas as suas entranhas e sua pele totalmente apodrecida.
De repente entra outra criatura parecida com você, que arranca toda sua pele e então usa como se fosse uma roupa.
Nesse momento, você acaba morrendo, voltando ao mundo dos mortos. Mas agora é pra sempre.
Se um dia o mundo dos mortos quiser visitar, lembre-se que nunca mais voltará.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Os olhos de Júlia

Júlia era uma bela garota de olhos turquesa, que brilhavam no sol. As irmãs dela morriam de inveja.
Até que um dia, a irmã mais velha arrancou os olhos dela, e guardou dentro de um pote de vidro.
Júlia morreu logo em seguida, amaldiçoando a irmã, e toda a família dela. Todos os filhos das irmãs dela nasceram sem os olhos.
Certo dia, a irmã mais velha começou a ter pesadelos horríveis com Júlia furando os olhos dela, do mesmo jeito que ela tinha feito com a irmã. Quando acordou, o filho dela estava morto, com a cabeça cortada. Na parede do quarto estava escrito com sangue do filho dela: "você será a próxima".
Ela ficou tão abalada com a situação, que queimou a casa.
Quando os bombeiros chegaram, ela já tinha fugido.
Ficou vagando por vários dias, até chegar num hospício, onde se internou, e está lá até hoje.
Ela levou uma mochila com os olhos da irmã, e algumas roupas.
Todos os dias ela sonhava com Júlia rasgando a carne dela cada vez mais fundo. Até o dia que ela se matou, retirando os olhos com uma colher.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

1º de abril

Mathias sempre gostou de fazer pegadinhas com a irmã mais nova. Principalmente em 1° de abril.
Desta vez não foi diferente. Ele ligou no celular da irmã, fazendo uma voz demoníaca pra assustá-la, dizendo que estava possuído, e que ele iria matar ela.
Mathias coloca uma máscara e uma capa preta, e depois chama a irmã, que com o susto corre pra rua e morre atropelada.
No velório, ele começa a ver vultos em torno do caixão. Esses vultos se tornam um só. Um enorme fantasma totalmente preto, mais escuro do que qualquer coisa no mundo. Ele se curva diante de Mathias e diz: "Se quiser sua irmã de volta, terá que fazer uma revolta. Matarás toda sua família, lavando com sangue a sua trilha, que te levarás ao interior dos seus medos, onde caíram seus dedos. De sangue se servirá, com carne humana pra acompanhar."
Mathias matou toda a família, e abriu uma churrascaria no centro da cidade, servindo carne dos pais dele.
Hoje ele é dono de um dos maiores restaurantes do Brasil.