Santa Muerte é uma figura sagrada venerada no México, provavelmente um sincretismo entre crenças católicas e mesoamericanas.A cultura mexicana mantém desde a era pré-colombiana uma certa reverência em relação à morte, manifestada em celebrações sincréticas como o Dia dos Mortos.Entre os elementos católicos da celebração está o uso de esqueletos para lembrar as pessoas de sua mortalidade. É uma figura mexicana de veneração que combina elementos do catolicismo com o culto pré-hispânico aos mortos que, segundo diversos pesquisadores, é decorrente dos povos indígenas que adoravam um esqueleto ao qual chamavam Santa Morte em um povoado do centro do país; há testemunhos de que este culto permaneceu oculto nos últimos dois séculos. A Santa Muerte geralmente aparece como uma figura esquelética, vestida com um longo manto e carregando um ou mais objetos, normalmente uma gadanha e um globo. O manto costuma ser branco, mas representações da figura variam significantemente de pessoa a pessoa de acordo com o pedido do devoto ou do ritual a ser apresentado. Como o culto a Santa Muerte era clandestino até recentemente, a maioria das preces e outros rituais eram feitos de forma privada, em casa. Entretanto, nos últimos dez anos, a veneração tornou-se mais pública, especialmente na Cidade do México. O culto é condenado pela Igreja Católica no país, mas está firmemente entranhado nas tradições das classes baixas e marginalizadas do México. O número de fiéis da Santa Muerte cresceu nos últimos vinte anos, chegando a aproximadamente dois milhões de seguidores, além de atravessar fronteiras, alcançando as comunidades mexicanas dos Estados Unidos. De forma similar a outras culturas pelo mundo, deidades pré-cristãs no México são algumas vezes sincretizadas como santos. Por outro lado, na Espanha a expressão santa muerte pode ser simplesmente interpretada como "a sagrada morte". Desta forma, Santa Muerte pode ser simplesmente uma representação da reinterpretação folclórico-religiosa da prática da Igreja Católica Romana de orar para receber um morto em estado de graça. Santa Muerte é também adorada pela Iglesia Católica Tradicionalista Mexicana-Estadounidense, uma igreja sem relação com a Igreja Católica Romana. Santa Muerte é geralmente vestida como o anjo da morte, carregando uma gadanha e uma balança (que pode ser reminiscente de São Miguel. Ela também pode estar vestida com um manto vermelho e uma coroa dourada; nesta forma, a veem como uma variação da Virgem Maria. Neste último mês oito dos membros da seita foram acusados de sacrificar seus próprios parentes (duas crianças de 10 anos e uma mulher de 44) como oferenda a Niña Blanca, nome popular da santa, para receber dinheiro, saúde e proteção. As vítimas são degoladas sob o argumento de que a Santa Morte preferia assim, e desta maneira indicaria o local onde existia dinheiro para roubar, o que seria parte da recompensa. Em 24 de março de 2009, autoridades mexicanas destruíram 30 capelas dedicadas a Santa Muerte nas cidades de Nuevo Laredo e Tijuana em resposta às suas fortes associações com traficantes de drogas e a pedido de moradores locais. José Manuel Valenzuela Arce, um pesquisador do Colegio de la Frontera Norte, fez um comentário sobre a ação: "a destruição dessas capelas não vai diminuir em nada o crime... alguém que está indo cometer um crime poderia ir tanto a uma capela de Santa Muerte quanto a uma Igreja Católica, ou simplesmente não ir a lugar nenhum".
Assassinatos em ritual à Santa Morte
O ministério público mexicano está a investigar uma família alegadamente membro de um culto pelo sacrifício de dois meninos de 10 anos e uma mulher de 55 à 'Santa Muerte', ou 'Santa Morte'. Trata-se de uma figura adorada sobretudo por marginais mas cuja popularidade está a crescer no México e entre hispânicos nos Estados Unidos.Os assassínios chocaram a cidade mineira de Nacozari, no topo da Sierra Madre, e podem ser os primeiros sacrifícios rituais ligados à santa popular condenada pela Igreja Católica Romana. As autoridades dizem que as gargantas e os pulsos das vítimas foram cortados com facas e machados e o seu sangue espalhado num altar a Santa Muerte. Os corpos foram enterrados perto das barracas onde os alegados membros deste culto residem, nos arredores da pequena cidade próxima da fronteira com os Estados Unidos. A família era conhecida na zona como muito pobre, recebendo do Governo e da igreja local ajudas como alimentos, roupa usada e animais de quinta. Os homens eram conhecidos como apanhadores de lixo e algumas das mulheres eram suspeitas de prostituição. "Não sabíamos que eles faziam parte de um culto a Santa Muerte. Isto foi uma coisa trágica para todos nós", disse Jorge Sanchez Castillo, de 54 anos, o proprietário de um hotel, que tem um campo de milho ao lado da casa da mulher que se crê seja a líder do grupo. Nacozari tem sido poupada à violência dos cartéis de droga que lutam pela manutenção de passagens lucrativas ao longo da fronteira do México com os Estados Unidos, disse o chefe da polícia, José Miguel Espinoza. "Era uma cidade pacífica. Nunca tínhamos visto tal violência", comentou.
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