sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Olá mamãe

mamãe… 
Olá mamãe, sinto sua falta… Quando virás me ver? 
Estou com muito frio, e medo. Por favor me ajude, mamãe…
 Aqui embaixo é muito escuro, e fedorento. Os ratos já não se contentam com os restos de fezes que eu lhes dou. Ontem mesmo um deles tentou morder meu olho, mas por sorte, não conseguiu. 
 Não aguento mais ter que comer meus dedos, querida mãe. Por favor, me tira daqui! 
Eu sei que não deveria ter matado meus irmãos daquela maneira tão brutal, mas foi preciso. Por favor, entenda que tive que matá-los por fome. 
 A senhora não entenderia o que se passou durante os anos em que esteve ausente. Lembra de como a senhora nos largava por semanas, e depois voltava bêbada e suja, com cheiro de sêmen na roupa? Pois é... Eu lembro muito bem disso.
Ainda escuto os gritos deles, a maneira como arranquei cada membro do pequeno corpo deles. O sangue quente jorrando no meu corpo naquela noite tão fria… Tudo bem, ficar com raiva de mim por causa disso, mas não precisava me trancar aqui junto com as suas, ou melhor, as nossas amantes.
 Eu sei que a senhora trazia suas “amigas” aqui em casa, quando me mandava comprar frutas. 
 Mas eu não entendo o por que de desperdiçar moças tão belas assim matando-as e jogando os restos pros ratos. 
Hoje eu finalmente encontrei uma maneira de sair daqui deste inferno e vou me vingar de ti, maldita malparida! 
Te vejo nos teus pesadelos em breve...