terça-feira, 26 de novembro de 2013

Espelho

- Tem certeza Emile?
- Anda logo Amanda, temos que fazer isso antes que o papai e a mamãe chegem!
- Tenebris copias audieritis vocem meam, offero sacrificium pro sanatione impuresas plaguing terrenum corpus meum.
Um corte, o sangue de um vermelho vivido cai em direção ao recipiente, outro corte, mais um fio do liquido escarlate corre e se mistura. 
Objetos começam a tremer, os móveis do porão foram lançados nas paredes por uma força que não podia ser vista; estilhaços de madeira e porcelana voavam por toda parte.
- Anda logo! – ela sussurra. – Temos que falar essa parte juntas! 
A outra garota olha para a irmã, apreensiva; mas ao notar o olhar rígido dela acaba cedendo.
“Meum sanguinem, in puram et mundabis illud, et vivifica me dolor meus, et sanabo. Meum sanguinem, in puram et mundabis illud, et vivifica me dolor meus, et sanabo. Meum sanguinem, in puram et mundabis illud, et vivifica me dolor meus, et sanabo!”
Os objetos do porão, ou melhor, os estilhaços dos objetos continuavam a ser lançados contra as paredes do lugar; a garota pega o recipiente com sangue e toma metade do conteúdo, um fio avermelhado escorre de seus lábios.
A outra garota olha para a cena e sente nojo, ela desejava sair dali, ambas estavam brincando com forças desconhecidas e ela sentia que algo ia dar errado, mas quando deu por si ela já estava obedecendo à irmã. O gosto era horrível, mas a dor que sentiram ao tomarem a ultima gota foi ainda pior.
Era como se os seus nervos fossem arrebentados, todos os ossos quebrados, como se os músculos fossem dilacerados; não suportando a dor, as duas garotas caem no chão, inconscientes; neste instante as luzes se apagam.
A luz se acende, a dor passa, e a garota pode vislumbrar sua irmã em perfeito estado, ela parecia até mesmo mais bela.
- Funcionou... – as palavras foram interrompidas por um liquido espeço que saia da boca da garota, ela caiu de joelho e começou a vomitar aquele sangue escuro e com pedaços das suas entranhas, a outra garota correu em direção à irmã, mas já era tarde demais.
O corpo sem vida da garota cai em meio ao vômito.

enviada por Bruno Vieira.

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