terça-feira, 30 de dezembro de 2014
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Ligação
Era quase meia-noite, quando o telefone toca. Você atende pensando que pode ser alguma emergência. O telefone fica mudo e você desliga.
O telefone toca novamente, desta vez é uma criança chorando. As luzes da sua casa se apagam.
O choro começa a ficar mais alto, até que para.
Você olha pra trás, e vê uma menina banhada em sangue, segurando um ursinho de pelúcia.
Você tenta correr, mas ela corre mais rápido.
Você entra no seu carro, e dirige até uma praça no centro da cidade. A menina começa a se contorcer e correr atrás de você. Ela quebra o seu pescoço, e você morre no mesmo lugar que tinha matado ela semanas atrás.
O telefone toca novamente, desta vez é uma criança chorando. As luzes da sua casa se apagam.
O choro começa a ficar mais alto, até que para.
Você olha pra trás, e vê uma menina banhada em sangue, segurando um ursinho de pelúcia.
Você tenta correr, mas ela corre mais rápido.
Você entra no seu carro, e dirige até uma praça no centro da cidade. A menina começa a se contorcer e correr atrás de você. Ela quebra o seu pescoço, e você morre no mesmo lugar que tinha matado ela semanas atrás.
O carona
Todos os dias depois do trabalho, Gabriel passava na casa da namorada, e íam juntos pro bar de um amigo deles. No caminho, Gabriel sempre via um velho pedindo carona. Dessa vez, ele parou o carro, e ficou conversando com ele por quase uma hora. O velho contou a história dele, e deu um livro pro Gabriel, era um livro de fotos post mortem, e algumas dessas fotos era do velho.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Nem todos os palhaços são felizes
O relato a seguir foi um sonho. Sonhei a alguns dias. No dia seguinte quando eu contava as pessoas me mandavam escrever ele. Escrevi apenas como ele realmente foi, não coloquei nome nas pessoas que fizeram parte dele, ainda não sei em que irei transformar este sonho, se em um conto maior, ou em uma história mais complexa que explique mais sobre ele. O problema é que o sonho me deu apenas uma pequena base, de uma história que não faço ideia de por onde começar.
Nem todos os palhaços são felizes
Elas moravam juntas, duas irmãs e uma delas possuía uma filha, pequena, não devia ter mais que dois meses de vida. Dividiam um apartamento em uma cidade grande, e estavam bem, até certos eventos estranhos começarem a acontecer.
A menina mudava de posição no berço, durante toda a noite enquanto sua mãe dormia, estava em um lado, logo depois em outro, e parecia fazer isso porque se mexia demais dormindo, ou pelo menos foi assim que pensou sua mãe, que decidiu ignorar o fato de que a bebê recém nascida durante a noite estava em lados opostos do berço.
Eventos estranhos passaram a acontecer na casa, portas que fechavam sozinhas, armários que se abriam sozinhos, luzes que se acendiam e se apagavam sem estarem com nenhum problema, fora de casa, pessoas da vizinhança e do bairro morriam de maneira trágica, e isso parecia acontecer sempre que a menina era encontrada deitada de maneira diferente da posição inicial colocada por sua mãe, que estava ficando assustada.
A gota d’água, foi quando durante a noite, a mãe acordou, e do seu lado na cama, estava sua filha, dormindo, como se colocada cuidadosamente ali. O medo fez com que as irmãs mudassem de casa, uma vez, duas vezes, três vezes, nada mudava, era sempre a mesma história, durante a noite a neném estava em diversos locais diferentes da residência. Cama da mãe, cama da tia, sofá, banheiro...
A quarta casa, as irmãs decidiram que seria afastada da cidade grande, iriam para um condomínio distante, na estrada, de poucas casas e poucas famílias. A casa que haviam escolhido era longe das outras, ficava de frente para uma enorme campina, o céu era enorme acima delas, o som dos pássaros, de um pequeno riacho ao norte do lugar, era a paz instaurada ao redor da casa que possuía toda a parede da sala em vidro. O que a tornava mais próxima da natureza a sua frente.
A bebê já tinha quase um ano de idade, e por um breve tempo naquela casa, as coisas tinham melhorado, a menina passava a noite em seu berço, acordava na mesma posição que sua mãe colocara e não em outros cômodos, assim foi por um bom tempo.
Estava na cozinha, em uma bela noite de lua cheia, a mãe fazia o jantar enquanto a filha estava na cadeirinha de bebê, mordiscando alguns biscoitos, a irmã da mulher tinha ido fazer as compras na cidade mais próxima, não deveria demorar. As coisas iam bem, até que a menina começa a chorar, a gritar, a apontar para a sala, para a parede de vidro que ia de uma ponta a outra do cômodo.
A mãe assustada pega a criança e vai até a sala, olha para o vidro, e lá estavam.
Eram muitos deles, mais de trinta, trabalhadores, entre bailarinas, adestradores, mágicos, assistentes, palhaços... Pessoas que só se viam em um circo. Estavam em pé um ao lado do outro, uma expressão séria nos rostos com maquiagens borradas, olhavam fixo para os olhos da mãe e da menina que ainda gritava. Não passaram muitos segundos ali, ainda em fila seguiam em direção a porta da sala, um por um. E devagar, iam se aproximando, antes de entrar, olhavam para a mãe e filha em choque, em seguida passavam pela porta, e então desapareciam. Um por um.
Foi então que eu acordei.
Enviado por Maria Luiza
M.L
Nem todos os palhaços são felizes
Elas moravam juntas, duas irmãs e uma delas possuía uma filha, pequena, não devia ter mais que dois meses de vida. Dividiam um apartamento em uma cidade grande, e estavam bem, até certos eventos estranhos começarem a acontecer.
A menina mudava de posição no berço, durante toda a noite enquanto sua mãe dormia, estava em um lado, logo depois em outro, e parecia fazer isso porque se mexia demais dormindo, ou pelo menos foi assim que pensou sua mãe, que decidiu ignorar o fato de que a bebê recém nascida durante a noite estava em lados opostos do berço.
Eventos estranhos passaram a acontecer na casa, portas que fechavam sozinhas, armários que se abriam sozinhos, luzes que se acendiam e se apagavam sem estarem com nenhum problema, fora de casa, pessoas da vizinhança e do bairro morriam de maneira trágica, e isso parecia acontecer sempre que a menina era encontrada deitada de maneira diferente da posição inicial colocada por sua mãe, que estava ficando assustada.
A gota d’água, foi quando durante a noite, a mãe acordou, e do seu lado na cama, estava sua filha, dormindo, como se colocada cuidadosamente ali. O medo fez com que as irmãs mudassem de casa, uma vez, duas vezes, três vezes, nada mudava, era sempre a mesma história, durante a noite a neném estava em diversos locais diferentes da residência. Cama da mãe, cama da tia, sofá, banheiro...
A quarta casa, as irmãs decidiram que seria afastada da cidade grande, iriam para um condomínio distante, na estrada, de poucas casas e poucas famílias. A casa que haviam escolhido era longe das outras, ficava de frente para uma enorme campina, o céu era enorme acima delas, o som dos pássaros, de um pequeno riacho ao norte do lugar, era a paz instaurada ao redor da casa que possuía toda a parede da sala em vidro. O que a tornava mais próxima da natureza a sua frente.
A bebê já tinha quase um ano de idade, e por um breve tempo naquela casa, as coisas tinham melhorado, a menina passava a noite em seu berço, acordava na mesma posição que sua mãe colocara e não em outros cômodos, assim foi por um bom tempo.
Estava na cozinha, em uma bela noite de lua cheia, a mãe fazia o jantar enquanto a filha estava na cadeirinha de bebê, mordiscando alguns biscoitos, a irmã da mulher tinha ido fazer as compras na cidade mais próxima, não deveria demorar. As coisas iam bem, até que a menina começa a chorar, a gritar, a apontar para a sala, para a parede de vidro que ia de uma ponta a outra do cômodo.
A mãe assustada pega a criança e vai até a sala, olha para o vidro, e lá estavam.
Eram muitos deles, mais de trinta, trabalhadores, entre bailarinas, adestradores, mágicos, assistentes, palhaços... Pessoas que só se viam em um circo. Estavam em pé um ao lado do outro, uma expressão séria nos rostos com maquiagens borradas, olhavam fixo para os olhos da mãe e da menina que ainda gritava. Não passaram muitos segundos ali, ainda em fila seguiam em direção a porta da sala, um por um. E devagar, iam se aproximando, antes de entrar, olhavam para a mãe e filha em choque, em seguida passavam pela porta, e então desapareciam. Um por um.
Foi então que eu acordei.
Enviado por Maria Luiza
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
Durma bem, minha criança
Durma bem, minha criança.
Amanhã será um longo dia.
Faça silêncio, todos estão dormindo agora.
Sua mãe dormiu na cozinha. O seu pai está na vizinha.
Durma bem, minha criança.
Está quase anoitecendo, as luzes se acendendo.
E o seu sangue escorrendo.
Durma bem, minha criança.
Você fica tão linda dormindo, parece até um anjo sorrindo.
O seu pai finalmente voltou, mas parece que não gostou, de ver a sua amada ensaguentada.
Ele nunca vai saber que ela se matou, por causa de um amor, que ele sempre se desviou.
Durma bem minha criança, não acorde a vizinhança.
Essa dor já vai passar, quando você se calar.
Agora eu vou te levar para um lugar seguro, onde ninguém escutará o seu sussurro.
Se você se comportar, eu levo você de volta pro seu lar, onde seus pais apodrecem, e seus irmãos te entristecem.
Durma bem minha criança, eu sempre estarei nas suas lembranças.
Amanhã será um longo dia.
Faça silêncio, todos estão dormindo agora.
Sua mãe dormiu na cozinha. O seu pai está na vizinha.
Durma bem, minha criança.
Está quase anoitecendo, as luzes se acendendo.
E o seu sangue escorrendo.
Durma bem, minha criança.
Você fica tão linda dormindo, parece até um anjo sorrindo.
O seu pai finalmente voltou, mas parece que não gostou, de ver a sua amada ensaguentada.
Ele nunca vai saber que ela se matou, por causa de um amor, que ele sempre se desviou.
Durma bem minha criança, não acorde a vizinhança.
Essa dor já vai passar, quando você se calar.
Agora eu vou te levar para um lugar seguro, onde ninguém escutará o seu sussurro.
Se você se comportar, eu levo você de volta pro seu lar, onde seus pais apodrecem, e seus irmãos te entristecem.
Durma bem minha criança, eu sempre estarei nas suas lembranças.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
O vendedor e o monstro
Débora estava assistindo tv, quando um vendedor bateu na porta dela. Ele entrou na sala, conversou por quase uma hora com Débora, depois matou ela. Guardou os pedaços do corpo dentro de uma mala, e foi pra casa.
No dia seguinte, quando ele acordou, a cabeça de Débora tinha desaparecido. Ele procurou por todos os lados, e quando finalmente encontra, uma criatura bizarra aparece na frente dele. Era Débora. Ela tinha se juntado com outros corpos, se tornando um monstro horrível.
O vendedor trancou a criatura dentro de um quarto, e alimentava ela com restos de carne podre.
Certo dia, a criatura fugiu.
Ele procurou pela cidade inteira, até finalmente achar o monstro, que estava numa praça da cidade.
Ele voltou pra casa, e amarrou a criatura, assim ela não fugiria.
Mas quando ele foi alimentar o monstro, ele matou o vendedor e fugiu.
Agora a criatura anda por aí procurando comida. Muito cuidado, ele pode estar atrás de você.
No dia seguinte, quando ele acordou, a cabeça de Débora tinha desaparecido. Ele procurou por todos os lados, e quando finalmente encontra, uma criatura bizarra aparece na frente dele. Era Débora. Ela tinha se juntado com outros corpos, se tornando um monstro horrível.
O vendedor trancou a criatura dentro de um quarto, e alimentava ela com restos de carne podre.
Certo dia, a criatura fugiu.
Ele procurou pela cidade inteira, até finalmente achar o monstro, que estava numa praça da cidade.
Ele voltou pra casa, e amarrou a criatura, assim ela não fugiria.
Mas quando ele foi alimentar o monstro, ele matou o vendedor e fugiu.
Agora a criatura anda por aí procurando comida. Muito cuidado, ele pode estar atrás de você.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
O lago negro
Lucas e Matheus eram dois amigos que fizeram um pacto de sangue. Se um deles morresse, o outro se mataria.
Eles se casaram e foram morar numa casa isolada perto de um lago de águas totalmente negras. Lucas foi pescar, na estrada perto do lago, ele encontrou uma bruxa segurando cabeças humanas podres. Quando ele passou por ela, uma das cabeças falou pra ele fugir daquele lugar, mas Lucas não se importou com isso, e foi pro lago. Chegando lá, ele viu vários corpos boiando no meio do lago.
No começo ele pensou que fosse só imaginação dele, mas logo em seguida, ele sentiu o cheiro de carne podre daqueles corpos. Eram zumbis. Ele saiu correndo, e avisou o namorado pra buscar armas na casa de uma tia dele.
Matheus foi pro lago, matou todos os zumbis, e depois se matou.
No dia seguinte, apareceu no jornal da cidade: "Homem mata 5 pessoas e depois se suicida, durante um ritual no lago negro."
Eles se casaram e foram morar numa casa isolada perto de um lago de águas totalmente negras. Lucas foi pescar, na estrada perto do lago, ele encontrou uma bruxa segurando cabeças humanas podres. Quando ele passou por ela, uma das cabeças falou pra ele fugir daquele lugar, mas Lucas não se importou com isso, e foi pro lago. Chegando lá, ele viu vários corpos boiando no meio do lago.
No começo ele pensou que fosse só imaginação dele, mas logo em seguida, ele sentiu o cheiro de carne podre daqueles corpos. Eram zumbis. Ele saiu correndo, e avisou o namorado pra buscar armas na casa de uma tia dele.
Matheus foi pro lago, matou todos os zumbis, e depois se matou.
No dia seguinte, apareceu no jornal da cidade: "Homem mata 5 pessoas e depois se suicida, durante um ritual no lago negro."
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
A cabana
Quando Audrey Hansen abriu os olhos, fitou as botas. Enlameadas, cadarços com os mini logotipos da Terrier. Estava pisando em uma poça de agua turva, cor de ferrugem e seus tornozelos estavam juntos e amarrados com tanta força, que por um minuto achou que os pés não eram dela. Os sentidos demoraram para se aguçar, e a compreensão foi chegando em flashes. Quando levantou a cabeça, os cabelos molhados eram um caos sobre seu rosto, e não podia tirá-los da frente dos olhos, pois suas mãos também estavam presas. Que diabo de sonho é este? Quando seu cérebro registrou tudo aquilo, desde quando ela abrira os olhos, levou apenas três segundos, e então a dor também assumiu seu papel. Uma ferroada no joelho, como um alfinete que entra embaixo da unha, uma dor terrível. Audrey teria gritado mas estava tão confusa, que se limitou a pequenos gemidos olhando para o joelho esquerdo em ruinas. Era uma coisa apavorante e surreal. Aquilo é a minha rótula, oh Deus. A calça acolchoada de esqui estava rasgada da canela a coxa, sua carne rasgada ligeiramente abaixo do joelho subindo ate o lado perna, um sorriso bizarro empapado em sangue. A pele tinha se descolado e pendia para fora, e se podia contemplar o osso branco e a rótula quebrada em migalhas em uma parte, e pedaços pontiagudos de osso salpicavam a ferida. Então ela gritou. O eco se espalhou por todo o recinto junto com o jato de fumaça branca de ar condensado, uma agonia composta de notas de desespero temperada com um choro melódico infantil. Sacudiu o corpo, tentando se livrar das amarras dos braços, mas aquilo só piorou sua situação. O que é isto, Oh Deus o que é isto, socorro onde eu estou? As lágrimas corriam pela sua face, e então ela sentiu frio. Estava frio desde o inicio, e só então resolveu olhar ao seu redor. Estava sentada em uma cadeira de madeira, dentro do que julgou ser uma cabana. Toda de madeira. A porta bem a sua frente a quatro metros de distância, tinha ganchos para pendurar casacos, e a maçaneta interna havia se perdido, ou sido retirada. O cheiro leve de mofo a fez torcer o nariz. Sacos amarrados estavam por toda parte, empilhados junto a uma fornalha desativada, espalhados pelo chão. Alguns dos sacos estavam rasgados derramando de seu interior, lenha cortada. Seria uma cabana de caçador? Olhou para as paredes procurando cabeças de alces empalhadas, ursos ou veados, mas só encontrou quadros antigos e poeirentos, um cartaz com o que parecia ser um esquimó, ela sabia bem, era uma propaganda velha da Sunturnbrew. Panelas, ferramentas de corte e um rifle antigo. Ela respirava aos gemidos, e seus cabelos estavam grudados em todo o rosto. Não sentia os dedos das mãos, e nem os pés. Não fazia ideia de quanto tempo estava ali, olhando novamente para a ferida aberta, e preocupada com uma infecção. Um feixe de luz tênue clareava o chão, vindo de uma janela quase totalmente obstruída por tábuas e cestos de palha velhos. Pela fresta de trinta centímetros, Audrey pôde ver a linha da neve que pressionava a janela pelo lado de fora, como a areia de uma fazenda de formigas pressiona o vidro do recipiente. "Eu caí." Se lembrou. Foi como um flash atravessando seu cérebro, uma dor aguda a fez fechar os olhos com força. Audrey se pôs a pensar, mas era difícil de lembrar-se de qualquer coisa, as imagens vinham embaralhadas, e a dor na cabeça... O lado racional não a deixava gritar novamente. Ficara com medo do que podia atravessar aquela porta se ela gritasse. "Eu estava esquiando... eu estava..." Uma remexida na cadeira, e ela quase gritou novamente, a ferida ardeu como brasa. O recinto todo estava frio, mas ela podia sentir o calor que emanava da perna e do corpo febril, e o cheiro da enfermidade que inundava toda sua volta. "Eu caí, estava indo bem e de repente caí. Algo me acertou... Sim estou me lembrando, algo me acertou na decida. Por que estou amarrada? Por que estou aqui? Isso não pode ser real, eu vou morrer assim?" Estava de cabeça baixa, e as lagrimas caiam na poça turva, e agora ela sabia que era seu sangue que dava o toque final. Audrey não era uma mulher bonita. Sempre gostou mais das coisas dos garotos no colégio do que do festival de maquilagem que era a companhia das garotas. Jogava futebol, e disputava os campeonatos de natação. Tirava notas ruins e fumava desde a quinta série. Parou de fumar no segundo ano. Voltou no terceiro junto da cocaína. Foi em tantos bailes do colegial quanto em sermões na igreja, e havia feito mais sexo do que todas as patricinhas juntas, que achavam muito engraçado caçoar dela por ser tão masculina. Tinha um nariz avantajado, longo e fino por conta dos pais judeus. Sempre magra diferente de tudo em sua família volumosamente avantajada. Mesmo sendo tudo ao contrário, tomou um bom rumo na vida seguindo os conselhos do pai, um agiota e empresário de sucesso no ramo dos empréstimos de automóveis. Parou com as drogas e se formou na faculdade de Economia e assumiu todas as filiais do pai, como única herdeira depois que ele morreu. Nos tempos livres fugia para sua casa de inverno em Hemsedal na Noruega para esquiar, uma comuna com pouco mais de 1.800 habitantes. "Não posso morrer aqui." Suas forças iam embora rapidamente a cada pensamento, já não tinha controle sobre o corpo, queria levantar a cabeça mas estava cansada demais. Dores demais. Duvidas demais, e apagou. Voltou a si novamente, abrindo os olhos devagar, mas estava tudo escuro. O estômago estava se revirando, levantou a cabeça assustada procurando o feixe de luz da janela, mas não há luz a noite. A fumaça saia como jatos a cada respiração difícil. Ficou imaginando como estaria suas mãos. Se estariam roxas por falta de fluxo de sangue, mortas. A perna latejava ferozmente, mas a dor parecia ter sido mascarada pelo torpor do frio que cercava a cabana. Audrey se pegou pensando em como fugir. Não tinha pensado nisso até aquele momento, talvez por causa do horror que se tornara sua perna esquerda, tinha medo até de apoia-la se caso conseguisse se safar. Investigou novamente a cabana agora envolta em sombras, procurando algo por perto que pudesse usar. Estava no meio da cabana, foi colocada no centro, longe de todas as paredes estrategicamente. A poça no chão agora era escarlate, estava perdendo muito sangue e o frio só não acabara com ela por conta das roupas térmicas. Começou a analisar quem poderia a ter capturado. Não lembrava de nada mais que o tombo, e o baque antes de cair de cima de uma encosta que ela não fazia ideia da altura, mas sabia das pedras ocultas na neve lá embaixo. "Posso ter me arrebentado nas pedras. Se eu tivesse pelo menos ideia de como vim parar aqui, quem poderia querer me sequestrar? Eu tenho dinheiro isso faz sentido, mas quem pagaria por mim? Sou sozinha, não tenho filhos ou marido. Meus parentes só tem interesse na minha influência, e se mandam um peru no natal é por que tenho favores pendentes." Ergueu a cabeça se esforçando ao máximo para ligar as coisas, fitando a porta, a maçaneta que faltava. "Se conseguir me livrar daqui ainda tenho que abrir aquilo. Posso usar aquele casaco também para..." Seu sangue congelou de vez.
Havia um casaco grosso de pele rústico e surrado. Estava escuro mas estava lá, antes tinha o gancho, mas Audrey agora via um casaco. Seu coração agora bombeava água gelada para suas extremidades.
"Tem alguém aqui dentro comigo." Só cogitar esta ideia fazia seu estômago dar mais alguns nós. Olhou a sua volta, gemendo sem perceber. Não queria fazer barulho, mas fazia mesmo assim. Olhou para a fornalha, um grande retorcido monte de ferro. Era antiga e tinha uma grade convexa onde se colocava a lenha para queimar, uma coisa redonda com grades, como uma boca monstruosa esperando o momento certo para criar vida e investir contra ela. Virou lentamente a cabeça em direção a janela, a escuridão era total. Tinha medo de se deparar com algo toda vez que movimentava a cabeça. Como ele poderia estar aqui dentro? Só tem um cômodo. Nas suas costas havia sacos de lenha, e um rifle velho pendurado na parede. Esforçou-se para ficar totalmente imóvel. Prendeu a respiração eliminando qualquer ruído. Ficou apenas tremendo de olhos fechados, e pela primeira vez pôde ouvir o som da noite fora da cabana. Um vento uivava no telhado, passando cortando como uma navalha gelada para além, para morrer em estalos rítmicos dos pinheiros em algum lugar ainda mais além. Então escutou algo que parecia uma janela batendo em um dia ventoso. Um baque seco misturado aos uivos do vento, e depois mais uma vez, e uma outra. Parecia se abrir, e bater fortemente logo depois. Abriu os olhos, soltando o ar com um jato branco, tentando identificar de onde vinha o ruído. "Tem outra cabana bem perto desta. E parece não ter ninguém, aquela janela estaria incomodando bastante." Ficou chocada de ainda conseguir usar o raciocínio lógico naquelas condições. Precisava se concentrar. Conhecia muitas pessoas em Hemsedal, conhecia os lugares. Se conseguisse se concentrar em algo comum poderia se localizar. Era possível que estivesse perto de algo que conhecia, e que tivesse visto enquanto esquiava pelas montanhas. E foram tantas as vezes que desceu a montanha, que isso não seria impossível. Lembrou-se de como era o ruído das máquinas refazendo a contensão da neve em uma das suas pistas preferidas a peak av djevelen, Ou o alto falante poderoso do centro de segurança, avisando os esquiadores sobre uma possível tempestade. Era possível reconhecer até o Silêncio de uma determinada parte da decida. Não seria exato, mas ela não iria a lugar nenhum mesmo. Aquela hora, as pistas já estariam fechadas já a um bom tempo. Olhou para o casaco pendurado na porta novamente. "Alguém está por ai. Por que eu não tento chamar? Seria ruim? O que seria pior do que estar morrendo aos poucos presa neste lugar horrível?
-Tem alguém ai?" – Assustou-se com sua própria voz ecoando pelo recinto vazio, e não ouve uma resposta.
-Por favor! – Desta vez quase gritou, a falta de resposta a encorajava, e isso parecia engraçado. – "O que você quer? É dinheiro? Eu posso lhe dar eu tenho dinheiro. Por que você não conversa comigo? Por que estou aqui? por favor se estiver ai apareça." – Só o vazio respondeu com ecos vazios. Então calou-se. Parece que realmente alguém esteve aqui. Talvez tenha checado se eu estava morta, e saiu novamente. Se entrou aqui quando eu estava desacordada, então está me monitorando. Ele me observa. Esse pensamento a perturbou, mas agora estava perturbada demais para se importar. Urinou-se, o liquido quente pareceu agradável, aquecendo suas coxas. Estava com a bexiga a ponto de estourar, e a poça debaixo do seus pés agora aumentava, alimentada pelo fino fio de urina que saia de ambas as barras do traje, enquanto uma sensação de alívio tomava conta de do seu espirito, até acabar e voltar a realidade brutal que se encontrava. Tinha vontade de chorar, mas isso ela já havia feito e não adiantara em nada. Ela queria sair dali, e colocou sua vontade nisto. Ouvia novamente a janela bater la fora. "Alguém deve estar me procurando. Talvez os Gronn, eles podem ter dado falta de mim todo este tempo. Eu estive com a Betty hoje de manhã..." Os Gronn eram um casal Norueguês que viviam na América. Audrey os conheceu em Aspen quando eles esquiavam. Haviam alugado um chalé bem ao lado do seu. Audrey precisou de um pouco de óleo para o gerador, e acabou conhecendo Auvstag e Betty Gronn. Descobriu que eles tinham uma casa em Hemsedal, e que ela era concidentemente ao lado da sua. Desde então sempre se encontravam para as estações de esqui, um esporte comum entre eles. Sim já devem ter acionado a guarda. Posso estar sendo procurada neste momento. Novamente a janela bateu. Audrey levantou a cabeça. E tentou escutar novamente os sons. Ouviu o estômago reclamar ferozmente. Não comia a várias horas, a sede era algo que começava a tomar conta dela, e seu casaco de esqui preto e amarelo com capuz removível, já não estava conseguindo manter seu corpo aquecido. A noite na Noruega nas estações de inverno eram cruéis. Ela devia estar agora tomando chocolate de frente para uma lareira crepitando.
"Alguém vai me achar. Sim alguém vai gritar lá de fora em norueguês procurando por mim, e eu vou sair dessa e descobrir quem foi o desgraçado, e ele vai se arrepender de achar que eu morreria tão fácil, é só questão de tempo. Só tenho que aguentar mais um pouco." Olhou para o joelho, estaria pior se não fosse a temperatura. Estava agradecida por estar tão frio, e ao mesmo tempo em que amaldiçoava o fato da pele do seu rosto estar quase rachando ao sinal de qualquer expressão. Talvez mais uma hora, talvez um ano se arrastou. Audrey não tinha noção alguma do tempo. Seu relógio com bússola e Gps estava no pulso amarrado as costas. Ficou feliz de sentir que os dedos da mão ainda mexiam. O pé direito também respondia com muita dor, mas o esquerdo quase a fazia perder a consciência no simples comando do cérebro em tentar move-lo. A dor era insuportável na área do trauma. A janela bateu novamente, Audrey tinha a cabeça baixa. Estava sonolenta. "Estou Hipotérmica. Não é tão ruim morrer assim, heim? Estava viajando entre a inconsciência, e a vontade de viver. De repente luzes dançavam no canto do olho direito. Pronto, estou morrendo. Hora, não vai ser tão ruim então..."
Uma maré de luz âmbar lambeu suas botas e projetou um triangulo dez vezes aumentado da versão original, formado pelas tábuas da janela na parede oposta. Luz... Subia e descia, tremulava, oscilando como quando você corre com uma lanterna na mão. Um som de motor se fez ouvir, aumentando gradativamente até se tornar uniforme. Audrey levantou a cabeça olhando para a fresta da janela inundada de luz como um zumbi que vê a possibilidade de comer carne humana. "É a porra de um carro."
E então seus olhos arregalaram-se –ESTOU AQUI! ESTOU AQUI! – Seu corpo retorcia-se preso, sacudindo na cadeira, fazendo os pés de madeira sair do chão. Audrey era apenas voz, já não existia dor, e as suas cordas vocais estavam no limite. – ESTOU AQUI! – A cadeira começou a girar para acompanhar o sentido em que a cabeça olhava, conforme ela se sacudia e gritava. –JEG ER HER!- Então o chão se aproximou rápido demais vindo da direita, atingiu seu rosto com tanta força quando ela chegou ao chão sem poder se apoiar, que pode sentir o supercílio direito abrir-se. Seu joelho arruinado bateu contra o outro enviando uma pontada de agonia direto para seu sistema nervoso, Audrey desligou-se novamente mas agora banhada pela luz âmbar que entrava pela fresta. É um farol de um maldito carro...
“Você está muito mal querida”. A voz vinha de longe em ecos, como alguém que grita pra dentro de um poço. “Disse pra você que era perigoso, disse que era desnecessário”. O som ficava cada vez mais nítido. A voz suave parecia estar mais perto, e por um momento se sentiu confortável. Um sorriso tomou conta de seus lábios e ela abriu devagar os olhos. Maldito pesadelo. Audrey estava deitada fitando o teto da cabana. Um chiado escapou de sua garganta. Estava deitada sobre uma maca, e distinguiu uma armação daquelas que se vê nos hospitais para esconder os pacientes, com cortinas imundas e rasgadas num tom azul claro desbotado. Uma haste segurava sua cabeça firmemente presa a maca esmagando sua nuca, e outra semelhante parecia forçar seu quadril, mas Audrey não podia ver. Percebeu que a única parte do corpo que respondia era seus olhos, e eles giravam nas orbitas loucos tentando assimilar o que realmente acontecia. Estou em um hospital.
-Querida você está acordada? - A voz vinha de trás das cortinas-
-Sinto muito você ter ficado tanto tempo esperando pra ser atendida.
Audrey não entendia nada. Escutava a voz e não via a fonte. Era uma voz masculina serena e parecia ser realmente de um médico. Estou em um hospital. Mas olhava o teto de uma cabana. Ouviu um som metálico e um correr de roldanas e passos firmes se aproximaram. De repente, a imagem do teto da cabana foi interrompida por uma cabeça com mascara cirúrgica e touca. A mascara parecia ter sido usada milhares de vezes e a touca estava rasgada.
A única coisa que Audrey viu foi os olhos daquilo. Seu peito se apertou, e seu estômago ameaçou jogar toda a bile para fora.
"Santa mãe. o que diabos é isso?" Audrey apenas chiava, imóvel olhando com repugnância. Ele não tem pálpebras. Os olhos eram descobertos totalmente, e as pálpebras pareciam ter sido arrancadas de qualquer maneira, pois um pedaço de pele ainda residia no canto superior do globo ocular esquerdo, e o cheiro de podre que ele exalava era tão forte, que Audrey não conseguia respirar. Então viu uma mão enluvada aparecer diante do seu rosto, suja com manchas amarelas e vermelhas. Tentou virar o rosto no momento em que ele enfiou o dedo dentro de sua boca, apoiando na língua e puxando para baixo. Audrey soltou um chiado e apertou os olhos e uma lagrima correu bochecha abaixo. Não conseguia mexer a cabeça e os dedos “daquilo” estavam se mexendo dentro de sua boca, com aquelas luvas velhas e nojentas. Sentiu o líquido quente na garganta, depois sentiu-o arder de volta para o estômago. Seus punhos se apertavam com força, e abriam, tentava mexer as pernas mas apenas uma obedecia, movendo o joelho para acima apenas alguns centímetros. Estava presa pelo tornozelo.
-A cor da garganta esta boa vejamos... Me parece não haver dentes ruins també... espere! – Audrey suspirou e fitou a coisa. Sua respiração era como um fole de ferreiro quando ele retirou a mão de dentro de sua boca. Ele estava olhando fixamente para seu rosto.
-Andou comendo porcarias não é mesmo mocinha? Achou que eu não iria descobrir ora ora. – A coisa desapareceu de sua vista. Audrey tentava virar a cabeça para se por a par do que se passava, mas era inútil. Escutou com clareza o som metalizado, como uma tesoura em uma bandeja cirúrgica. Quando voltou ele tinha aquele sorriso nos olhos. Duas orbitas vermelhas e cheias de veias. A única pele no canto do olho esquerdo se mexia horrendamente, indicando o que seria um bizarro piscar de olhos. Seu cabelo era uma coisa rala. Aqui e ali. Brancos, pretos, e até mesmo verdes. Grudados em uma cabeça desigual manchada e ferida. Então aquela voz meio abafada surgiu novamente. Um som amortecido pela única máscara cirúrgica que ele veio a ter na vida, pelo aspecto que se encontrava.
-Vamos ter que resolver este problema antes que se espalhe. – Audrey virou um cubo de gelo quando a coisa ergueu a mão direita. Uma seringa veterinária surgiu, com o formato de pistola e uma agulha que mais parecia um prego. Foi a gota d’agua.
-SOCORRO! SOCORROOO! – Audrey se debatia, tentava rolar ou cair da maca. Qualquer coisa que a afastasse daquele monstro louco com aquela seringa. Ela queria acordar, sumir, desmaiar ou até mesmo... Eu vou morrer.
-SOCORRO! SOCO... – Quando ele a atingiu pareceu que havia lhe batido com uma toalha. Foram algumas horas? Segundos ? ela não sabia. Sabia apenas que quando o seu sistema nervoso conseguiu levar a mensagem ao cérebro, percebeu que não era uma toalha. Era um pedaço de lenha maciço pesado firme. O som de algo quebrando não era do pedaço de lenha, era do seu crânio. Audrey sentiu o silêncio. Podia toca-lo. Tudo era borrado e idiota. Não havia mãos nem dedos, ou mesmo rosto olhos nariz ou orelhas. Era o vazio. Era algo mais. Era o vazio e a dor. Nunca tinha experimentado a dor naquela dimensão. Era como estar sob efeito de drogas poderosas, como assistir ao corpo sofrer sem estar nele. Não tive alternativa querida a não ser aplicar uma dose forte de anestesia. Sua sorte é que eu sou um médico muito especializado. O som era vozes, pássaros, metrô, buzina, o ar condicionado do seu apartamento. Não fazia sentido algum. Ouvia os executivos da empresa fofocando em suas costas. Vamos extrair este bem rápido... Tanta dor. Vinha de tantas formas e sons, cores e níveis que era difícil de saber o que realmente estava contecendo. Pronto... viu não doeu nada sua escandalosa. A droga. Este também está ruim? Ora vamos fazer de uma vez não é mesmo? Agora a dor ia passando e passando. Entrou em um estado de paz total e tudo já não era mais tão branco foi anoitecendo devagar. Os carros pararam as buzinas e os trens já não rodavam nas linhas. Onde estavam os pássaros? Pra onde foi o tempo? Onde está aquela maldita cabana? Bem, você não resistiu meu amor. Vamos ver. Ora! Você é doadora de órgãos? Que gesto maravilhoso!
Enviado por Vini Moutinni
Havia um casaco grosso de pele rústico e surrado. Estava escuro mas estava lá, antes tinha o gancho, mas Audrey agora via um casaco. Seu coração agora bombeava água gelada para suas extremidades.
"Tem alguém aqui dentro comigo." Só cogitar esta ideia fazia seu estômago dar mais alguns nós. Olhou a sua volta, gemendo sem perceber. Não queria fazer barulho, mas fazia mesmo assim. Olhou para a fornalha, um grande retorcido monte de ferro. Era antiga e tinha uma grade convexa onde se colocava a lenha para queimar, uma coisa redonda com grades, como uma boca monstruosa esperando o momento certo para criar vida e investir contra ela. Virou lentamente a cabeça em direção a janela, a escuridão era total. Tinha medo de se deparar com algo toda vez que movimentava a cabeça. Como ele poderia estar aqui dentro? Só tem um cômodo. Nas suas costas havia sacos de lenha, e um rifle velho pendurado na parede. Esforçou-se para ficar totalmente imóvel. Prendeu a respiração eliminando qualquer ruído. Ficou apenas tremendo de olhos fechados, e pela primeira vez pôde ouvir o som da noite fora da cabana. Um vento uivava no telhado, passando cortando como uma navalha gelada para além, para morrer em estalos rítmicos dos pinheiros em algum lugar ainda mais além. Então escutou algo que parecia uma janela batendo em um dia ventoso. Um baque seco misturado aos uivos do vento, e depois mais uma vez, e uma outra. Parecia se abrir, e bater fortemente logo depois. Abriu os olhos, soltando o ar com um jato branco, tentando identificar de onde vinha o ruído. "Tem outra cabana bem perto desta. E parece não ter ninguém, aquela janela estaria incomodando bastante." Ficou chocada de ainda conseguir usar o raciocínio lógico naquelas condições. Precisava se concentrar. Conhecia muitas pessoas em Hemsedal, conhecia os lugares. Se conseguisse se concentrar em algo comum poderia se localizar. Era possível que estivesse perto de algo que conhecia, e que tivesse visto enquanto esquiava pelas montanhas. E foram tantas as vezes que desceu a montanha, que isso não seria impossível. Lembrou-se de como era o ruído das máquinas refazendo a contensão da neve em uma das suas pistas preferidas a peak av djevelen, Ou o alto falante poderoso do centro de segurança, avisando os esquiadores sobre uma possível tempestade. Era possível reconhecer até o Silêncio de uma determinada parte da decida. Não seria exato, mas ela não iria a lugar nenhum mesmo. Aquela hora, as pistas já estariam fechadas já a um bom tempo. Olhou para o casaco pendurado na porta novamente. "Alguém está por ai. Por que eu não tento chamar? Seria ruim? O que seria pior do que estar morrendo aos poucos presa neste lugar horrível?
-Tem alguém ai?" – Assustou-se com sua própria voz ecoando pelo recinto vazio, e não ouve uma resposta.
-Por favor! – Desta vez quase gritou, a falta de resposta a encorajava, e isso parecia engraçado. – "O que você quer? É dinheiro? Eu posso lhe dar eu tenho dinheiro. Por que você não conversa comigo? Por que estou aqui? por favor se estiver ai apareça." – Só o vazio respondeu com ecos vazios. Então calou-se. Parece que realmente alguém esteve aqui. Talvez tenha checado se eu estava morta, e saiu novamente. Se entrou aqui quando eu estava desacordada, então está me monitorando. Ele me observa. Esse pensamento a perturbou, mas agora estava perturbada demais para se importar. Urinou-se, o liquido quente pareceu agradável, aquecendo suas coxas. Estava com a bexiga a ponto de estourar, e a poça debaixo do seus pés agora aumentava, alimentada pelo fino fio de urina que saia de ambas as barras do traje, enquanto uma sensação de alívio tomava conta de do seu espirito, até acabar e voltar a realidade brutal que se encontrava. Tinha vontade de chorar, mas isso ela já havia feito e não adiantara em nada. Ela queria sair dali, e colocou sua vontade nisto. Ouvia novamente a janela bater la fora. "Alguém deve estar me procurando. Talvez os Gronn, eles podem ter dado falta de mim todo este tempo. Eu estive com a Betty hoje de manhã..." Os Gronn eram um casal Norueguês que viviam na América. Audrey os conheceu em Aspen quando eles esquiavam. Haviam alugado um chalé bem ao lado do seu. Audrey precisou de um pouco de óleo para o gerador, e acabou conhecendo Auvstag e Betty Gronn. Descobriu que eles tinham uma casa em Hemsedal, e que ela era concidentemente ao lado da sua. Desde então sempre se encontravam para as estações de esqui, um esporte comum entre eles. Sim já devem ter acionado a guarda. Posso estar sendo procurada neste momento. Novamente a janela bateu. Audrey levantou a cabeça. E tentou escutar novamente os sons. Ouviu o estômago reclamar ferozmente. Não comia a várias horas, a sede era algo que começava a tomar conta dela, e seu casaco de esqui preto e amarelo com capuz removível, já não estava conseguindo manter seu corpo aquecido. A noite na Noruega nas estações de inverno eram cruéis. Ela devia estar agora tomando chocolate de frente para uma lareira crepitando.
"Alguém vai me achar. Sim alguém vai gritar lá de fora em norueguês procurando por mim, e eu vou sair dessa e descobrir quem foi o desgraçado, e ele vai se arrepender de achar que eu morreria tão fácil, é só questão de tempo. Só tenho que aguentar mais um pouco." Olhou para o joelho, estaria pior se não fosse a temperatura. Estava agradecida por estar tão frio, e ao mesmo tempo em que amaldiçoava o fato da pele do seu rosto estar quase rachando ao sinal de qualquer expressão. Talvez mais uma hora, talvez um ano se arrastou. Audrey não tinha noção alguma do tempo. Seu relógio com bússola e Gps estava no pulso amarrado as costas. Ficou feliz de sentir que os dedos da mão ainda mexiam. O pé direito também respondia com muita dor, mas o esquerdo quase a fazia perder a consciência no simples comando do cérebro em tentar move-lo. A dor era insuportável na área do trauma. A janela bateu novamente, Audrey tinha a cabeça baixa. Estava sonolenta. "Estou Hipotérmica. Não é tão ruim morrer assim, heim? Estava viajando entre a inconsciência, e a vontade de viver. De repente luzes dançavam no canto do olho direito. Pronto, estou morrendo. Hora, não vai ser tão ruim então..."
Uma maré de luz âmbar lambeu suas botas e projetou um triangulo dez vezes aumentado da versão original, formado pelas tábuas da janela na parede oposta. Luz... Subia e descia, tremulava, oscilando como quando você corre com uma lanterna na mão. Um som de motor se fez ouvir, aumentando gradativamente até se tornar uniforme. Audrey levantou a cabeça olhando para a fresta da janela inundada de luz como um zumbi que vê a possibilidade de comer carne humana. "É a porra de um carro."
E então seus olhos arregalaram-se –ESTOU AQUI! ESTOU AQUI! – Seu corpo retorcia-se preso, sacudindo na cadeira, fazendo os pés de madeira sair do chão. Audrey era apenas voz, já não existia dor, e as suas cordas vocais estavam no limite. – ESTOU AQUI! – A cadeira começou a girar para acompanhar o sentido em que a cabeça olhava, conforme ela se sacudia e gritava. –JEG ER HER!- Então o chão se aproximou rápido demais vindo da direita, atingiu seu rosto com tanta força quando ela chegou ao chão sem poder se apoiar, que pode sentir o supercílio direito abrir-se. Seu joelho arruinado bateu contra o outro enviando uma pontada de agonia direto para seu sistema nervoso, Audrey desligou-se novamente mas agora banhada pela luz âmbar que entrava pela fresta. É um farol de um maldito carro...
“Você está muito mal querida”. A voz vinha de longe em ecos, como alguém que grita pra dentro de um poço. “Disse pra você que era perigoso, disse que era desnecessário”. O som ficava cada vez mais nítido. A voz suave parecia estar mais perto, e por um momento se sentiu confortável. Um sorriso tomou conta de seus lábios e ela abriu devagar os olhos. Maldito pesadelo. Audrey estava deitada fitando o teto da cabana. Um chiado escapou de sua garganta. Estava deitada sobre uma maca, e distinguiu uma armação daquelas que se vê nos hospitais para esconder os pacientes, com cortinas imundas e rasgadas num tom azul claro desbotado. Uma haste segurava sua cabeça firmemente presa a maca esmagando sua nuca, e outra semelhante parecia forçar seu quadril, mas Audrey não podia ver. Percebeu que a única parte do corpo que respondia era seus olhos, e eles giravam nas orbitas loucos tentando assimilar o que realmente acontecia. Estou em um hospital.
-Querida você está acordada? - A voz vinha de trás das cortinas-
-Sinto muito você ter ficado tanto tempo esperando pra ser atendida.
Audrey não entendia nada. Escutava a voz e não via a fonte. Era uma voz masculina serena e parecia ser realmente de um médico. Estou em um hospital. Mas olhava o teto de uma cabana. Ouviu um som metálico e um correr de roldanas e passos firmes se aproximaram. De repente, a imagem do teto da cabana foi interrompida por uma cabeça com mascara cirúrgica e touca. A mascara parecia ter sido usada milhares de vezes e a touca estava rasgada.
A única coisa que Audrey viu foi os olhos daquilo. Seu peito se apertou, e seu estômago ameaçou jogar toda a bile para fora.
"Santa mãe. o que diabos é isso?" Audrey apenas chiava, imóvel olhando com repugnância. Ele não tem pálpebras. Os olhos eram descobertos totalmente, e as pálpebras pareciam ter sido arrancadas de qualquer maneira, pois um pedaço de pele ainda residia no canto superior do globo ocular esquerdo, e o cheiro de podre que ele exalava era tão forte, que Audrey não conseguia respirar. Então viu uma mão enluvada aparecer diante do seu rosto, suja com manchas amarelas e vermelhas. Tentou virar o rosto no momento em que ele enfiou o dedo dentro de sua boca, apoiando na língua e puxando para baixo. Audrey soltou um chiado e apertou os olhos e uma lagrima correu bochecha abaixo. Não conseguia mexer a cabeça e os dedos “daquilo” estavam se mexendo dentro de sua boca, com aquelas luvas velhas e nojentas. Sentiu o líquido quente na garganta, depois sentiu-o arder de volta para o estômago. Seus punhos se apertavam com força, e abriam, tentava mexer as pernas mas apenas uma obedecia, movendo o joelho para acima apenas alguns centímetros. Estava presa pelo tornozelo.
-A cor da garganta esta boa vejamos... Me parece não haver dentes ruins també... espere! – Audrey suspirou e fitou a coisa. Sua respiração era como um fole de ferreiro quando ele retirou a mão de dentro de sua boca. Ele estava olhando fixamente para seu rosto.
-Andou comendo porcarias não é mesmo mocinha? Achou que eu não iria descobrir ora ora. – A coisa desapareceu de sua vista. Audrey tentava virar a cabeça para se por a par do que se passava, mas era inútil. Escutou com clareza o som metalizado, como uma tesoura em uma bandeja cirúrgica. Quando voltou ele tinha aquele sorriso nos olhos. Duas orbitas vermelhas e cheias de veias. A única pele no canto do olho esquerdo se mexia horrendamente, indicando o que seria um bizarro piscar de olhos. Seu cabelo era uma coisa rala. Aqui e ali. Brancos, pretos, e até mesmo verdes. Grudados em uma cabeça desigual manchada e ferida. Então aquela voz meio abafada surgiu novamente. Um som amortecido pela única máscara cirúrgica que ele veio a ter na vida, pelo aspecto que se encontrava.
-Vamos ter que resolver este problema antes que se espalhe. – Audrey virou um cubo de gelo quando a coisa ergueu a mão direita. Uma seringa veterinária surgiu, com o formato de pistola e uma agulha que mais parecia um prego. Foi a gota d’agua.
-SOCORRO! SOCORROOO! – Audrey se debatia, tentava rolar ou cair da maca. Qualquer coisa que a afastasse daquele monstro louco com aquela seringa. Ela queria acordar, sumir, desmaiar ou até mesmo... Eu vou morrer.
-SOCORRO! SOCO... – Quando ele a atingiu pareceu que havia lhe batido com uma toalha. Foram algumas horas? Segundos ? ela não sabia. Sabia apenas que quando o seu sistema nervoso conseguiu levar a mensagem ao cérebro, percebeu que não era uma toalha. Era um pedaço de lenha maciço pesado firme. O som de algo quebrando não era do pedaço de lenha, era do seu crânio. Audrey sentiu o silêncio. Podia toca-lo. Tudo era borrado e idiota. Não havia mãos nem dedos, ou mesmo rosto olhos nariz ou orelhas. Era o vazio. Era algo mais. Era o vazio e a dor. Nunca tinha experimentado a dor naquela dimensão. Era como estar sob efeito de drogas poderosas, como assistir ao corpo sofrer sem estar nele. Não tive alternativa querida a não ser aplicar uma dose forte de anestesia. Sua sorte é que eu sou um médico muito especializado. O som era vozes, pássaros, metrô, buzina, o ar condicionado do seu apartamento. Não fazia sentido algum. Ouvia os executivos da empresa fofocando em suas costas. Vamos extrair este bem rápido... Tanta dor. Vinha de tantas formas e sons, cores e níveis que era difícil de saber o que realmente estava contecendo. Pronto... viu não doeu nada sua escandalosa. A droga. Este também está ruim? Ora vamos fazer de uma vez não é mesmo? Agora a dor ia passando e passando. Entrou em um estado de paz total e tudo já não era mais tão branco foi anoitecendo devagar. Os carros pararam as buzinas e os trens já não rodavam nas linhas. Onde estavam os pássaros? Pra onde foi o tempo? Onde está aquela maldita cabana? Bem, você não resistiu meu amor. Vamos ver. Ora! Você é doadora de órgãos? Que gesto maravilhoso!
Enviado por Vini Moutinni
terça-feira, 23 de setembro de 2014
sábado, 13 de setembro de 2014
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Top 10: vídeos bizarros #3
1. Beastenders
2. Malfunction
3. 25 Кадр (25 quadros)
4. Suicide mouse
5. We Are The Strange (somos estranhos)
6. baby laugh a lot
7. Evil Ed The Haunted, Scary, Creepy, Music Box Clown
8. Poughkeepsie Tapes - Natalie
9. The Wyoming Incident
10 Chainsaw maid
2. Malfunction
3. 25 Кадр (25 quadros)
4. Suicide mouse
5. We Are The Strange (somos estranhos)
6. baby laugh a lot
7. Evil Ed The Haunted, Scary, Creepy, Music Box Clown
8. Poughkeepsie Tapes - Natalie
9. The Wyoming Incident
10 Chainsaw maid
O Amigo Virtual
Um relógio de aspecto antigo na parede avisava que era tarde. Duas horas e quarenta e cinco da madrugada, porém era costume ficar acordada até altas horas. Sem se importar com as voltas que o relógio dava ferozmente Juliana teclava sem parar.
Numa sexta-feira à noite a garota de dezessete não havia saído para se divertir com amigos num bar qualquer decorado no clima de halloween, com bebidas de aspecto duvidosas fumegando e docinhos com cara de sapo ou em formato de dedos de bruxas, nada mais justo que ficar online para se distrair da frustração de que até seus pais haviam saído e ela ali estava, sozinha.
O silêncio deixava o ambiente morto enquanto Juliana terminava de eliminar a quinta xícara de café. Ora ou outra as crianças faziam um barulho na rua, fantasiados em busca de doces. A noite das bruxas de Juliana estava saindo pior que a encomenda.
O cheiro de cigarro invadia o quarto deixando aquele cheiro forte nas cortinas e nas bonecas que observavam a jovem de perto.
Os dedos de Juliana batiam em cada tecla numa velocidade absurda, parecia não notar o que fazia, apenas teclava sem parar. Como uma obsessão conversava com varias pessoas ao mesmo tempo.Ainda olhando para a tela do computador acendeu mais um cigarro, passou as mãos no rosto numa expressão de estresse e continuou a teclar, parou novamente franzindo a testa numa expressão intrigada e divertida ao mesmo tempo. Havia recebido uma mensagem estranha no chat:
- Você tem medo de morrer?
Era uma das pessoas que Juliana mais gostava de conversar, uma amiga que morava em outra cidade e com a mesma idade que a sua. Nunca havia conhecido-a pessoalmente, mas Juliana confiava mais nesta amiga virtual que nas amigas do colégio. Animando a brincadeira respondeu que não à pergunta.
-Será muito divertido se você vier para o lado de cá, comigo. Podemos nos divertir muito!
Juliana não entendeu , mas confirmou que seria muito divertido. Mais uma vez a garota do outro lado perguntou:
-Eu posso te buscar para ficar aqui comigo?
A conversa estava estranha, a amiga estava estranha, porém Juliana respondeu que ela poderia busca-la quando quisesse. As palavras se formavam na tela do computador:
-Você está preparada para passar para o lado e cá? Apenas confirme e vou lhe buscar!
Mais uma vez Juliana confirmou. Mas intrigada sobre qual lado sua amiga estava se referindo. Recebeu rapidamente uma resposta sarcástica:
- Você disse que não tinha medo de morrer! Agora já estou chegando...
Juliana mal teve tempo de digitar uma resposta, quando gritou assustada com batidas fortes na porta de sua casa. Olhou no relógio de relance e notou que eram três horas em ponto. Não era uma hora que agradava muito, dias antes ouvira falar que era a hora oposta em que Jesus Cristo foi crucificado. A hora em que o lado sombrio ganha força. Desceu as escadas e com cautela olhou pelo olho mágico da porta e viu uma garota de costas, reconheceu os cabelos, realmente era sua amiga virtual. Ela havia ido mesmo visita-la, será que estava na cidade e não avisara? Abriu a porta com um sorriso escancarado e chamou sua amiga num tom divertido.
Num segundo sua amiga virou-se e no lugar do habitual sorriso estava estampado uma face horripilante, como se o rosto da garota estivesse em decomposição, pedaços de pele se despregavam e no lugar dos olhos havia dois fundos buracos. A boca estava torta e faltavam alguns pedaços.
Instantaneamente Juliana bateu a porta novamente antes que aquela criatura se aproximasse, trancou dando duas voltas respirando mais rápido que as batidas do seu coração. A criatura batia na porta querendo entrar enquanto as luzes da sala antiga começavam a piscar com veemência.
Um cheiro podre invadia o cômodo enquanto o silêncio retornava sem avisos. Juliana se aproximava do telefone quando notou a presença de alguém no interior da sala. O cheiro podre exalava mais forte. Tremendo de medo a garota virou-se devagar e gritou desesperada quando viu o cadáver. Com os cabelos embaraçados e lodosos, e a silhueta deformada recortada contra a luz que vinha da janela.
Aquele ser se aproximava lentamente de um modo ameaçador. Então a escuridão chegou... A última coisa que Juliana pôde ver naquela noite de bruxas foi aquele rosto monstruoso a um palmo do seu próprio rosto enquanto seus gritos ecoavam pela casa.
Nunca sabemos quem realmente está do outro lado. Você tem medo de morrer?
Enviado por Ant Lima.
Numa sexta-feira à noite a garota de dezessete não havia saído para se divertir com amigos num bar qualquer decorado no clima de halloween, com bebidas de aspecto duvidosas fumegando e docinhos com cara de sapo ou em formato de dedos de bruxas, nada mais justo que ficar online para se distrair da frustração de que até seus pais haviam saído e ela ali estava, sozinha.
O silêncio deixava o ambiente morto enquanto Juliana terminava de eliminar a quinta xícara de café. Ora ou outra as crianças faziam um barulho na rua, fantasiados em busca de doces. A noite das bruxas de Juliana estava saindo pior que a encomenda.
O cheiro de cigarro invadia o quarto deixando aquele cheiro forte nas cortinas e nas bonecas que observavam a jovem de perto.
Os dedos de Juliana batiam em cada tecla numa velocidade absurda, parecia não notar o que fazia, apenas teclava sem parar. Como uma obsessão conversava com varias pessoas ao mesmo tempo.Ainda olhando para a tela do computador acendeu mais um cigarro, passou as mãos no rosto numa expressão de estresse e continuou a teclar, parou novamente franzindo a testa numa expressão intrigada e divertida ao mesmo tempo. Havia recebido uma mensagem estranha no chat:
- Você tem medo de morrer?
Era uma das pessoas que Juliana mais gostava de conversar, uma amiga que morava em outra cidade e com a mesma idade que a sua. Nunca havia conhecido-a pessoalmente, mas Juliana confiava mais nesta amiga virtual que nas amigas do colégio. Animando a brincadeira respondeu que não à pergunta.
-Será muito divertido se você vier para o lado de cá, comigo. Podemos nos divertir muito!
Juliana não entendeu , mas confirmou que seria muito divertido. Mais uma vez a garota do outro lado perguntou:
-Eu posso te buscar para ficar aqui comigo?
A conversa estava estranha, a amiga estava estranha, porém Juliana respondeu que ela poderia busca-la quando quisesse. As palavras se formavam na tela do computador:
-Você está preparada para passar para o lado e cá? Apenas confirme e vou lhe buscar!
Mais uma vez Juliana confirmou. Mas intrigada sobre qual lado sua amiga estava se referindo. Recebeu rapidamente uma resposta sarcástica:
- Você disse que não tinha medo de morrer! Agora já estou chegando...
Juliana mal teve tempo de digitar uma resposta, quando gritou assustada com batidas fortes na porta de sua casa. Olhou no relógio de relance e notou que eram três horas em ponto. Não era uma hora que agradava muito, dias antes ouvira falar que era a hora oposta em que Jesus Cristo foi crucificado. A hora em que o lado sombrio ganha força. Desceu as escadas e com cautela olhou pelo olho mágico da porta e viu uma garota de costas, reconheceu os cabelos, realmente era sua amiga virtual. Ela havia ido mesmo visita-la, será que estava na cidade e não avisara? Abriu a porta com um sorriso escancarado e chamou sua amiga num tom divertido.
Num segundo sua amiga virou-se e no lugar do habitual sorriso estava estampado uma face horripilante, como se o rosto da garota estivesse em decomposição, pedaços de pele se despregavam e no lugar dos olhos havia dois fundos buracos. A boca estava torta e faltavam alguns pedaços.
Instantaneamente Juliana bateu a porta novamente antes que aquela criatura se aproximasse, trancou dando duas voltas respirando mais rápido que as batidas do seu coração. A criatura batia na porta querendo entrar enquanto as luzes da sala antiga começavam a piscar com veemência.
Um cheiro podre invadia o cômodo enquanto o silêncio retornava sem avisos. Juliana se aproximava do telefone quando notou a presença de alguém no interior da sala. O cheiro podre exalava mais forte. Tremendo de medo a garota virou-se devagar e gritou desesperada quando viu o cadáver. Com os cabelos embaraçados e lodosos, e a silhueta deformada recortada contra a luz que vinha da janela.
Aquele ser se aproximava lentamente de um modo ameaçador. Então a escuridão chegou... A última coisa que Juliana pôde ver naquela noite de bruxas foi aquele rosto monstruoso a um palmo do seu próprio rosto enquanto seus gritos ecoavam pela casa.
Nunca sabemos quem realmente está do outro lado. Você tem medo de morrer?
Enviado por Ant Lima.
terça-feira, 9 de setembro de 2014
Apartamento 305 parte 2
Leia a parte 1, antes de ler essa parte.
Quando Jéssica entrou no apartamento, as luzes do corredor começaram a piscar, e ela viu vários fantasmas gritando e chorando.
Ela tentou sair de lá, mas alguma coisa trancou a porta, e arrastou Jéssica para uma sala de tortura.
Logo em seguida, entrou uma mulher, que arrancou a pele dela, e depois vestiu.
Ela tentou sair de lá, mas alguma coisa trancou a porta, e arrastou Jéssica para uma sala de tortura.
Logo em seguida, entrou uma mulher, que arrancou a pele dela, e depois vestiu.
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Lana
Matheus encontrou um livro antigo sobre como
fazer bonecos quase perfeitos, escrito por Gustav Kratsievskn.
O livro
era bastante antigo, e tinha um forte cheiro de sangue. Mas ele não se importou
com isso. Ele era
fascinado por bonecos desde criança. Então decidiu fazer um.
Matheus
pegou todos os materiais e começou a fazer uma boneca para a irmã dele, Aleksia.
Ela deu o nome de Lana. Que era a melhor amiga dela, que morreu num acidente de carro.
No dia seguinte, tudo começou a ficar estranho. A boneca ficava cada vez mais parecida com a amiga da Aleksia.
Passaram-se vários meses, e Matheus fez mais uma boneca. Desta vez ele guardou dentro de uma caixa de papelão, na garagem da casa. Depois disso, ele foi dormir.
Alguns minutos depois, Ele escutou gritos da irmã dele, e foi ver o que era.
Quando chegou lá, Aleksia estava toda cheia de sangue, e tremendo muito. Matheus perguntou o que tinha acontecido, e ela respondeu que a boneca tentou matá-la.
Ele levou a boneca pra sala. Nessa hora encontrou Aleksia chorando no sofá. Dizendo que tinha alguma coisa no quarto dela gritando muito, e que ela estava com medo.
Ele foi ver o que era. Não tinha nada além da boneca.
No dia seguinte, tudo começou a ficar estranho. A boneca ficava cada vez mais parecida com a amiga da Aleksia.
Passaram-se vários meses, e Matheus fez mais uma boneca. Desta vez ele guardou dentro de uma caixa de papelão, na garagem da casa. Depois disso, ele foi dormir.
Alguns minutos depois, Ele escutou gritos da irmã dele, e foi ver o que era.
Quando chegou lá, Aleksia estava toda cheia de sangue, e tremendo muito. Matheus perguntou o que tinha acontecido, e ela respondeu que a boneca tentou matá-la.
Ele levou a boneca pra sala. Nessa hora encontrou Aleksia chorando no sofá. Dizendo que tinha alguma coisa no quarto dela gritando muito, e que ela estava com medo.
Ele foi ver o que era. Não tinha nada além da boneca.
terça-feira, 26 de agosto de 2014
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
A cidade dos mortos
As ruas estavam lotadas de mortos. Não se via nada além de corpos podres espalhados pela cidade.
O cheiro era insuportável. Não tinha mais nada além de morte.
Aquilo era o inferno na terra.
Todos os moradores mortos por causa de um projeto do governo que falhou miseravelmente.
Tudo começou com um teste de uma nova arma nuclear, mas não terminou como esperavam.
No começo o governo tentou esconder esse acidente. mas a bomba era muito mais forte do que eles pensavam.
Alguns dias depois, a radiação se espalhou por todo o país. Depois disso os moradores da cidade vizinha viraram zumbis.
continua...
O cheiro era insuportável. Não tinha mais nada além de morte.
Aquilo era o inferno na terra.
Todos os moradores mortos por causa de um projeto do governo que falhou miseravelmente.
Tudo começou com um teste de uma nova arma nuclear, mas não terminou como esperavam.
No começo o governo tentou esconder esse acidente. mas a bomba era muito mais forte do que eles pensavam.
Alguns dias depois, a radiação se espalhou por todo o país. Depois disso os moradores da cidade vizinha viraram zumbis.
continua...
terça-feira, 5 de agosto de 2014
quarta-feira, 9 de julho de 2014
domingo, 6 de julho de 2014
segunda-feira, 30 de junho de 2014
Top 10: vídeos bizarros #2
1. Suicide of god
2. Follow Me
3. The Peanut Vendor
4. 333-333-333
5. Fantastic Hey Hey 2
7. Запрещенное видео (Vídeo proibido)
8. Shaye Saint John - Broken Neck Doll
9. I see
10. Obedece a la Morsa
2. Follow Me
3. The Peanut Vendor
4. 333-333-333
5. Fantastic Hey Hey 2
6. Don't Hug me I'm Scared
7. Запрещенное видео (Vídeo proibido)
8. Shaye Saint John - Broken Neck Doll
9. I see
10. Obedece a la Morsa
quinta-feira, 26 de junho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Alice no país das trevas
Dizem que a época em que vivi, era a Idade das Trevas. Ou para os cristãos, a Idade da Luz. Independente disso, as pessoas não eram tão tolerantes àqueles que eram "diferentes".
Nunca fui de família nobre, mas era amiga da filha do rei. A princesa Mara tinha uma delicadeza incrível, mas convivendo com ela, percebi que aparência era algo inútil para se julgar.
Mara me conheceu no povoado, quando teve curiosidade em saber como era a vida fora do reino. Eu estava aprendendo a cavalgar, meu pai sempre se decepcionava quando não comandava direito meu cavalo. Não tinha esse dom. Então estava treinando e meu cavalo quase derrubou um dos guardas quase pisando em sua cabeça. A carruagem parou. A princesa irritada, desceu para ver o motivo da demora. Levei um susto e grande tempo para entender seu olhar vazio. Não era nem triste e nem alegre. Apenas não expressava nada, transmitia certo medo. Delicadamentte estendeu a mão pedindo para que eu a acompanhasse até a carruagem. Fui bem tratada, embora a maioria das pessoas me tratassem com indiferença, medo ou desprezo. Aqueles que gostavam de mim, não se aproximavam quando estavam em público e se eu os procurasse, logo se despediam. Era tratada como uma leprosa, embora minha doença não fosse contagiosa. Tinha alguns ataques convulsivos graças à lesão que sofri quando era criança ao andar de cavalo com meu pai, bati a cabeça. A segunda acusação fazia com que minha família nunca permanecesse numa casa durante anos.
No meio de tantos problemas havia uma qualidade: era a jovem mais bonita. Nem Mara tinha tanta beleza. Não era perfeita, mas possuia algo que encantava a primeira vista, até ter algum ataque. E outra coisa que não mencionei, eram as crises de pânico. Coisas que acabavam com qualquer possibilidade de ser bem vista na sociedade.
Levei a princesa para conhecer a vida fora da riqueza em que era acostumada. No começo me sentia tímida, com o tempo viramos melhores amigas e descobri que ela era solitária e se isolava das outras garotas nobres. Não conheci o rei e a rainha, apenas a sua serva favorita, Ana.
Um mês de amizade, no meio da semana, Mara pediu para que me chamasse para comemorarmos, já que faria uma festa na qual eu conheceria seus pais. Coloquei meu melhor espartilho com um vestido preto. Estava sensual demais para meu rosto de menininha. Os guardas reais vieram me buscar.
Me deparei com a princesa vestida como sempre e seu olhar estava diabólico me esperando no jardim do castelo que levava a Floresta dos Horrores, que havia sido apelidada por Ana, quando a garota era pequena. Tinha medo que corresse para lá e se perdesse, achando conveniente assombrar a menina.
Mara estendeu sua mão esquerda para me cumprimentar e senti a espinha esfriar quando vi que estava suja de sangue. Olhei para o seu lado e vi o que havia matado.
Era o coelho de estimação que a princesa parecia tanto ter afeto. A serva sempre dizia que desde pequena, a princesa não largava dele. Sustentava ainda seu olhar diabólico e continuava vazio. Sua voz parecia um demônio reencarnado ou que a tivesse possuído. Deu um sorriso sarcástico e malicioso, dizendo:
- Quer conhecer meus pais, especialmente minha mãe, Alice?
Logo mostrou um relógio sujo de sangue, limpou em sua própria roupa dizendo que eu teria tempo para pagar por minha beleza, que ninguém poderia ser mais bela que ela.
Antes que eu perguntasse qualquer coisa, senti que meu estômago estava prestes a devolver tudo o que havia comido e minha pressão caiu. Por alguns segundos, meu mundo apagou. Quando abri os olhos, um coelho antropomórfico, com dentes afiados, me encarava com seus olhos vermelhos e apenas um ponto preto que dava a sensação de que iria me matar. Tentei me levantar para correr dele, mas ligeiramente o monstro segurou nos meus braços, puxando até a beira de um buraco aparentemente muito fundo. Já não tinha forças para levantar, principalmente para lutar com ele. Estava com a roupa suja de sangue por causa da violência do coelho.
- Espere, senhor Coelho. - gritava de dor, tentando ser mais agradável para não despertar mais ainda a sua ira.
Comecei a tremer e graças a isso se que tive um ataque de convulsão. Quando percebi estava despertando com a cabeça sangrando num lugar completamente bizarro. Mesmo com tonturas, me levantei me segurando na parede. Achei um pote com água e bebi. Tudo ficou estranho, mas contunuei caminhando para achar logo uma saída.
Haviam dois caminhos, um deles era sem saída e outro tinha uma placa escrita: "Corredor Mágico". Mesmo com medo resolvi segui-lo, ficar parada poderia ser pior e aquele bicho poderia me matar.
Peguei uma lanterna que estava no chão, que funcionava ainda. O corredor era escuro, ao iluminar a parede via marcas de sangue e como se alguém tivesse arranhado. Era um cheiro horrível. Caminhando por cinco minutos vi esqueletos e corpos se decompondo. Gritei e deixei cair a lanterna. Comecei a tatear o chão e minha mão se misturou com cabelos. Levei um minuto para achá-la e corri. A batida que levei no joelho me fez parar. Encontrei durante o caminho ofícios de tortura para as bruxas: quebrador de joelho, machados, cadeira de madeira com espetos de metal, arrebentador de cabeça, ecúleo e rodas esmagadoras. O medo cada vez mais tomava conta do meu corpo. Não queria ter uma convulsão novamente e parar em uma daquelas máquinas.
Caminhei por mais dez minutos até chegar numa porta. Quando abri, vi que tinha uma visão interessante, mas... Aterrorizante.
Apesar do que estava vendo, prometi que não iria chorar, que tudo aquilo não acabaria comigo, mesmo aquele lugar querendo me esmagar. Respirei fundo. Estava me sentindo suja, minha roupa manchada de sangue e a dor das minhas feridas não era maior que a minha angústia. Não vou negar que por um momento queria ter morrido de maneira rápida.
Parecia a floresta do castelo da princesa Mara. Enormes árvores cercadas de neblina, o frio me fazia tremer. Comecei a gritar por ajuda. As flores murchas envolveram meus pés com seus espinhos e uma delas disse:
- Sabemos que você não é uma flor, queremos nos alimentar de seu sangue.
Tentei desesperadamente me soltar antes que chegassem no meu pescoço. Parecia um jogo, no qual eu deveria passar pela dor para salvar a minha vida. Consegui me soltar graças a desistência das flores.
Logo começou a chover. A água ia se misturando com o meu sangue e o vestido colando em meu corpo. Fui caminhando, naquele tempo já havia me acostumado com todo aquele horror. Encontrei um cemitério, a única coisa que estava iluminada, colorida, com jeito de alegria e encanto, um lugar que uma criança gostaria de visitar. Parecia ironia. Li nas lápides alguns nomes, entre eles: Lebre Maluca, Sr. Chapeleiro, Filosofia morta (e a foto de um gato estrangulado com uma marca bem pequena chamada Cheshire) e Lagarta Azul.
No meio do cemitério vi um vidro que envolvia uma cabeça ainda conservada, mas sua expressão era assustadora. Estava identificada como Lewis Carrol, o pedófilo. Os olhos do estranho se abriram e ele sorriu com os dentes afiados.
- Que garota bonita, venha...
Saí correndo, quanto menos me machucar, seria melhor obviamente. Os túmulos começaram a se mexer e algo mágico aconteceu.
Me distanciei com alguns passos, alerta para correr. As tampas dos túmulos se abriram e de dentro saíram homens com corpo de valetes. Não eram tão assustadores quanto eu pensava que seriam. Parecia que não percebiam a minha presença. Foram caminhando para fora do cemitério. Resolvi acompanhá-los mesmo sendo arriscado. Entraram numa espécie de navio, parecendo ser mais avançado. Fui atrás. Era comprido, tinha dois andares, muitos cômodos, porém nenhum tinha quarto, não parecia uma viagem longa. Alguém alertou que o navio iria descer mais um pouco. O primeiro andar começou a encher de água, então subi rapidamente. Uma onda gigante veio em nossa direção, me segurei forte. Alguns caíram em barcos e foram remando para o desconhecido. Ao voltar para o primeiro andar, dei de cara com um monstro vestido de copas. Torturava uma moça, muito parecida comigo. O jeito que me tratou parecia não perceber ou se importar com tal semelhança. Ao tentar voltar vi que a porta de acesso a escada estava fechada.
- Você não vai sair. - disse o estranho com as mãos sujas de sangue.
Fingi concordar em ficar ali, porém saí rapidamente quando vi uma chave na outra porta. Escapei e fui parar num outro local, terra firme. As valetes estavam numa espécie de delegacia. Me olhavam feio. Chegou uma mulher muito bonita, porém seu olhar estava cheio de maldade.
- Quem autorizou você vir?
- Quem é você? - perguntei.
Antes de me responder um soldado a chamou:
- Rainha? Posso decapitar o rapaz que usou tinta vermelha ao invés de sangue para pintar suas flores que roubou da Rainha Branca? Ou estripá-lo?
- As duas coisas. Leve essa garota também. Quero que tirem todo o sangue para o meu banho. Preciso manter minha beleza jovem.
Não tinha como fugir, eram muitos homens. Me colocaram sentada numa cadeira feita de metais pontiagudos. Sabia que não aguentaria quinze minutos.
Tudo foi apenas um pesadelo. Acordei numa maca, depois de alguns sedativos. Levei um susto quando olhei para o meu reflexo no espelho. Meu rosto estava todo desfigurado. Havia caído em cima de um espelho da princesa que, logo foi considerada como a mais bela do reino. Conheci algumas meninas que conviveram com a Mara. Todas já foram consideradas as mais lindas, porém a Rainha obrigou aos pais de cada uma, quando era crianças, a tomarem uma poção que danificava o cérebro ou algum órgão muito importante, dizendo que era um remédio para que ficassem fortes e servirem a futura princesa. Já que não podia matá-las e despertar a ira do povo, faria com que chegassem ao ápice da loucura quando fizessem amizade com sua filha. Como Mara me fez delirar tanto naquele dia, eu não sei. A única coisa que sei é que nesse sanatório somos abusadas e tratadas como bichos, com choques e socos.
Agora devo parar de escrever, meus dedos sangram, a Rainha de copas e o coelho assassino não param de me olhar. Acho que serei decapitada.
Alice então se perdeu novamente em seu mundo, até ficar velha e morrer.
Enviado por: Jessica Bittencourt
Nunca fui de família nobre, mas era amiga da filha do rei. A princesa Mara tinha uma delicadeza incrível, mas convivendo com ela, percebi que aparência era algo inútil para se julgar.
Mara me conheceu no povoado, quando teve curiosidade em saber como era a vida fora do reino. Eu estava aprendendo a cavalgar, meu pai sempre se decepcionava quando não comandava direito meu cavalo. Não tinha esse dom. Então estava treinando e meu cavalo quase derrubou um dos guardas quase pisando em sua cabeça. A carruagem parou. A princesa irritada, desceu para ver o motivo da demora. Levei um susto e grande tempo para entender seu olhar vazio. Não era nem triste e nem alegre. Apenas não expressava nada, transmitia certo medo. Delicadamentte estendeu a mão pedindo para que eu a acompanhasse até a carruagem. Fui bem tratada, embora a maioria das pessoas me tratassem com indiferença, medo ou desprezo. Aqueles que gostavam de mim, não se aproximavam quando estavam em público e se eu os procurasse, logo se despediam. Era tratada como uma leprosa, embora minha doença não fosse contagiosa. Tinha alguns ataques convulsivos graças à lesão que sofri quando era criança ao andar de cavalo com meu pai, bati a cabeça. A segunda acusação fazia com que minha família nunca permanecesse numa casa durante anos.
No meio de tantos problemas havia uma qualidade: era a jovem mais bonita. Nem Mara tinha tanta beleza. Não era perfeita, mas possuia algo que encantava a primeira vista, até ter algum ataque. E outra coisa que não mencionei, eram as crises de pânico. Coisas que acabavam com qualquer possibilidade de ser bem vista na sociedade.
Levei a princesa para conhecer a vida fora da riqueza em que era acostumada. No começo me sentia tímida, com o tempo viramos melhores amigas e descobri que ela era solitária e se isolava das outras garotas nobres. Não conheci o rei e a rainha, apenas a sua serva favorita, Ana.
Um mês de amizade, no meio da semana, Mara pediu para que me chamasse para comemorarmos, já que faria uma festa na qual eu conheceria seus pais. Coloquei meu melhor espartilho com um vestido preto. Estava sensual demais para meu rosto de menininha. Os guardas reais vieram me buscar.
Me deparei com a princesa vestida como sempre e seu olhar estava diabólico me esperando no jardim do castelo que levava a Floresta dos Horrores, que havia sido apelidada por Ana, quando a garota era pequena. Tinha medo que corresse para lá e se perdesse, achando conveniente assombrar a menina.
Mara estendeu sua mão esquerda para me cumprimentar e senti a espinha esfriar quando vi que estava suja de sangue. Olhei para o seu lado e vi o que havia matado.
Era o coelho de estimação que a princesa parecia tanto ter afeto. A serva sempre dizia que desde pequena, a princesa não largava dele. Sustentava ainda seu olhar diabólico e continuava vazio. Sua voz parecia um demônio reencarnado ou que a tivesse possuído. Deu um sorriso sarcástico e malicioso, dizendo:
- Quer conhecer meus pais, especialmente minha mãe, Alice?
Logo mostrou um relógio sujo de sangue, limpou em sua própria roupa dizendo que eu teria tempo para pagar por minha beleza, que ninguém poderia ser mais bela que ela.
Antes que eu perguntasse qualquer coisa, senti que meu estômago estava prestes a devolver tudo o que havia comido e minha pressão caiu. Por alguns segundos, meu mundo apagou. Quando abri os olhos, um coelho antropomórfico, com dentes afiados, me encarava com seus olhos vermelhos e apenas um ponto preto que dava a sensação de que iria me matar. Tentei me levantar para correr dele, mas ligeiramente o monstro segurou nos meus braços, puxando até a beira de um buraco aparentemente muito fundo. Já não tinha forças para levantar, principalmente para lutar com ele. Estava com a roupa suja de sangue por causa da violência do coelho.
- Espere, senhor Coelho. - gritava de dor, tentando ser mais agradável para não despertar mais ainda a sua ira.
Comecei a tremer e graças a isso se que tive um ataque de convulsão. Quando percebi estava despertando com a cabeça sangrando num lugar completamente bizarro. Mesmo com tonturas, me levantei me segurando na parede. Achei um pote com água e bebi. Tudo ficou estranho, mas contunuei caminhando para achar logo uma saída.
Haviam dois caminhos, um deles era sem saída e outro tinha uma placa escrita: "Corredor Mágico". Mesmo com medo resolvi segui-lo, ficar parada poderia ser pior e aquele bicho poderia me matar.
Peguei uma lanterna que estava no chão, que funcionava ainda. O corredor era escuro, ao iluminar a parede via marcas de sangue e como se alguém tivesse arranhado. Era um cheiro horrível. Caminhando por cinco minutos vi esqueletos e corpos se decompondo. Gritei e deixei cair a lanterna. Comecei a tatear o chão e minha mão se misturou com cabelos. Levei um minuto para achá-la e corri. A batida que levei no joelho me fez parar. Encontrei durante o caminho ofícios de tortura para as bruxas: quebrador de joelho, machados, cadeira de madeira com espetos de metal, arrebentador de cabeça, ecúleo e rodas esmagadoras. O medo cada vez mais tomava conta do meu corpo. Não queria ter uma convulsão novamente e parar em uma daquelas máquinas.
Caminhei por mais dez minutos até chegar numa porta. Quando abri, vi que tinha uma visão interessante, mas... Aterrorizante.
Apesar do que estava vendo, prometi que não iria chorar, que tudo aquilo não acabaria comigo, mesmo aquele lugar querendo me esmagar. Respirei fundo. Estava me sentindo suja, minha roupa manchada de sangue e a dor das minhas feridas não era maior que a minha angústia. Não vou negar que por um momento queria ter morrido de maneira rápida.
Parecia a floresta do castelo da princesa Mara. Enormes árvores cercadas de neblina, o frio me fazia tremer. Comecei a gritar por ajuda. As flores murchas envolveram meus pés com seus espinhos e uma delas disse:
- Sabemos que você não é uma flor, queremos nos alimentar de seu sangue.
Tentei desesperadamente me soltar antes que chegassem no meu pescoço. Parecia um jogo, no qual eu deveria passar pela dor para salvar a minha vida. Consegui me soltar graças a desistência das flores.
Logo começou a chover. A água ia se misturando com o meu sangue e o vestido colando em meu corpo. Fui caminhando, naquele tempo já havia me acostumado com todo aquele horror. Encontrei um cemitério, a única coisa que estava iluminada, colorida, com jeito de alegria e encanto, um lugar que uma criança gostaria de visitar. Parecia ironia. Li nas lápides alguns nomes, entre eles: Lebre Maluca, Sr. Chapeleiro, Filosofia morta (e a foto de um gato estrangulado com uma marca bem pequena chamada Cheshire) e Lagarta Azul.
No meio do cemitério vi um vidro que envolvia uma cabeça ainda conservada, mas sua expressão era assustadora. Estava identificada como Lewis Carrol, o pedófilo. Os olhos do estranho se abriram e ele sorriu com os dentes afiados.
- Que garota bonita, venha...
Saí correndo, quanto menos me machucar, seria melhor obviamente. Os túmulos começaram a se mexer e algo mágico aconteceu.
Me distanciei com alguns passos, alerta para correr. As tampas dos túmulos se abriram e de dentro saíram homens com corpo de valetes. Não eram tão assustadores quanto eu pensava que seriam. Parecia que não percebiam a minha presença. Foram caminhando para fora do cemitério. Resolvi acompanhá-los mesmo sendo arriscado. Entraram numa espécie de navio, parecendo ser mais avançado. Fui atrás. Era comprido, tinha dois andares, muitos cômodos, porém nenhum tinha quarto, não parecia uma viagem longa. Alguém alertou que o navio iria descer mais um pouco. O primeiro andar começou a encher de água, então subi rapidamente. Uma onda gigante veio em nossa direção, me segurei forte. Alguns caíram em barcos e foram remando para o desconhecido. Ao voltar para o primeiro andar, dei de cara com um monstro vestido de copas. Torturava uma moça, muito parecida comigo. O jeito que me tratou parecia não perceber ou se importar com tal semelhança. Ao tentar voltar vi que a porta de acesso a escada estava fechada.
- Você não vai sair. - disse o estranho com as mãos sujas de sangue.
Fingi concordar em ficar ali, porém saí rapidamente quando vi uma chave na outra porta. Escapei e fui parar num outro local, terra firme. As valetes estavam numa espécie de delegacia. Me olhavam feio. Chegou uma mulher muito bonita, porém seu olhar estava cheio de maldade.
- Quem autorizou você vir?
- Quem é você? - perguntei.
Antes de me responder um soldado a chamou:
- Rainha? Posso decapitar o rapaz que usou tinta vermelha ao invés de sangue para pintar suas flores que roubou da Rainha Branca? Ou estripá-lo?
- As duas coisas. Leve essa garota também. Quero que tirem todo o sangue para o meu banho. Preciso manter minha beleza jovem.
Não tinha como fugir, eram muitos homens. Me colocaram sentada numa cadeira feita de metais pontiagudos. Sabia que não aguentaria quinze minutos.
Tudo foi apenas um pesadelo. Acordei numa maca, depois de alguns sedativos. Levei um susto quando olhei para o meu reflexo no espelho. Meu rosto estava todo desfigurado. Havia caído em cima de um espelho da princesa que, logo foi considerada como a mais bela do reino. Conheci algumas meninas que conviveram com a Mara. Todas já foram consideradas as mais lindas, porém a Rainha obrigou aos pais de cada uma, quando era crianças, a tomarem uma poção que danificava o cérebro ou algum órgão muito importante, dizendo que era um remédio para que ficassem fortes e servirem a futura princesa. Já que não podia matá-las e despertar a ira do povo, faria com que chegassem ao ápice da loucura quando fizessem amizade com sua filha. Como Mara me fez delirar tanto naquele dia, eu não sei. A única coisa que sei é que nesse sanatório somos abusadas e tratadas como bichos, com choques e socos.
Agora devo parar de escrever, meus dedos sangram, a Rainha de copas e o coelho assassino não param de me olhar. Acho que serei decapitada.
Alice então se perdeu novamente em seu mundo, até ficar velha e morrer.
Enviado por: Jessica Bittencourt
terça-feira, 17 de junho de 2014
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Vamos brincar no céu? [repost]
André era um garotinho de seis anos, muito ativo e alegre. Tinha vários amigos onde morava e todos gostavam dele. Certo dia sua mãe deu-lhe a noticia de que iriam mudar de cidade. Depois da mudança ele teve muita dificuldade em fazer amigos, pois eles se mudaram para uma casa remota, longe da cidade. Afundado em uma depressão ele se sente cada vez pior, deixando seus pais preocupados. Mas o tempo foi passando e ele foi se adaptando a sua nova realidade. Um dia sua mãe o observava brincando sozinho no quintal da casa. Parecia feliz, mas estava conversando sozinho. E foi ao se encontro. “Com quem você está conversando? “Com Marcel, meu amigo.” “Quem é ele? Seu amigo imaginário?” “Não mãe, ele é real, mas você não pode vê-lo. Ele me disse que mora no céu.”
Preocupada ela levou o menino ao psicólogo que não detectou nenhuma anormalidade em André e disse que talvez ele houvesse criado um amigo imaginário para lidar com sua solidão e que isso iria passar com o tempo. Outra vez André brincava no quintal, estava no balanço conversando animadamente. Quando sua mãe apareceu se assustou e ficou em silêncio, para seu espanto um dos balanços que estavam vazios estava balançando como se alguém estivesse ali, mas pouco a pouco foi parando. “Por que o susto filho?” “Nada mãe, não te vi chegando.” “O que você estava conversando com Marcel?” “É um segredo muito legal, mas ele disse que eu não posso te contar.” “Eu sou sua mãe, você tem que confiar em mim.” – disse ela abraçando seu filho. “Ele me disse que vai me levar para brincar no céu com ele. Também falou que lá eu poderei voar.” “Eu te proíbo de ir lá.” – disse a mãe com lagrimas nos olhos e com o coração apertado.Duas semanas depois André preparava-se para dormir. Enquanto sua mãe o cobria ele disse: “Mãe o Marcel voltou hoje e disse que amanhã eu vou ir para o céu brincar com ele.” “Não, eu já te disse que não quero que você vá com ele.” – disse ela novamente sentindo um aperto no coração. No outro dia, a mãe de André queria tirar ele dali com medo de que algo acontecesse, apesar de ser cética sentia um aperto no coração inexplicável. Foram até o parque de diversões da cidade onde o garoto pode distrair-se e brincar enquanto sua mãe tirava fotos. “Mamãe!” – gritou André se mostrando em cima de um brinquedo. Sua mãe bateu uma foto e o mandou sair de lá, pois ele poderia escorregar e cair. Ao olhar no visor de sua máquina digital se assustou ao ver uma sobra ao lado do menino. Ela escutou um grito e quando se virou, viu André caindo, batendo o corpo em cada parte do brinquedo até atingir o chão. André morreu a caminho do hospital. Algum tempo depois, a mãe do menino com saudades entrou no quarto que desde a morte do filho estava fechado. Começou a olhar os papéis e ficou aterrorizada quando achou um desenho igual a foto que tinha batido segundos antes da morte de André, e no topo da folha a frase: “Vamos brincar no céu?”.
quinta-feira, 5 de junho de 2014
quarta-feira, 4 de junho de 2014
domingo, 1 de junho de 2014
ZK-3F
Leia o projeto ZK-5F, e o Projeto ZK-5F parte 2, antes de ler esse conto.
Depois dos vários testes da outra "vacina", que diziam ser a cura da aids, começaram a testar a nova arma química, chamada de ZK-3F. Essa arma seria capaz de transformar uma pessoa em zumbi em segundos.
Se os testes derem certo, o governo vai alertar sobre uma "nova doença", e que todos deveriam tomar a vacina (ZK-3F).
Começando pelo Brasil, depois se espalhando pelo mundo.
A Rússia compraria milhões de doses da ZK-3F, e usaria num ataque contra os Estados Unidos, que invadiriam o Japão e a Coreia do Norte, e assim começaria a terceira guerra mundial.
Se os testes derem errado, o governo irá esconder tudo, e ninguém nunca vai saber a verdade sobre o projeto ZK-3F.
Depois dos vários testes da outra "vacina", que diziam ser a cura da aids, começaram a testar a nova arma química, chamada de ZK-3F. Essa arma seria capaz de transformar uma pessoa em zumbi em segundos.
Se os testes derem certo, o governo vai alertar sobre uma "nova doença", e que todos deveriam tomar a vacina (ZK-3F).
Começando pelo Brasil, depois se espalhando pelo mundo.
A Rússia compraria milhões de doses da ZK-3F, e usaria num ataque contra os Estados Unidos, que invadiriam o Japão e a Coreia do Norte, e assim começaria a terceira guerra mundial.
Se os testes derem errado, o governo irá esconder tudo, e ninguém nunca vai saber a verdade sobre o projeto ZK-3F.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
terça-feira, 27 de maio de 2014
7 velas
Eram quase 4:00 da manhã, quando Juliana foi jogar "7 velas" com a irmã, mas ficou com medo de continuar.
7 velas, é um jogo em que você deve apagar todas as luzes da sua casa, escrever seu nome num papel, e acender 7 velas pela casa. Cada vela, será um jogador. Se você estiver sozinho, todas as 7 serão você.
Depois de tudo pronto, queime o papel com seu nome, e ande pela casa segurando sua vela. Apague uma por uma. Se alguma vela já estiver apagada, não olhe pra trás. Corra, e apague as outras. se você olhar, o monstro que está atrás de você, vai te matar.
Se você fizer tudo certo, as luzes irão acender sozinhas.
Se algum jogador não conseguir apagar todas as velas, terá que recomeçar o jogo. Se desistir no meio do jogo, morrerá.
Você tem coragem de jogar?
7 velas, é um jogo em que você deve apagar todas as luzes da sua casa, escrever seu nome num papel, e acender 7 velas pela casa. Cada vela, será um jogador. Se você estiver sozinho, todas as 7 serão você.
Depois de tudo pronto, queime o papel com seu nome, e ande pela casa segurando sua vela. Apague uma por uma. Se alguma vela já estiver apagada, não olhe pra trás. Corra, e apague as outras. se você olhar, o monstro que está atrás de você, vai te matar.
Se você fizer tudo certo, as luzes irão acender sozinhas.
Se algum jogador não conseguir apagar todas as velas, terá que recomeçar o jogo. Se desistir no meio do jogo, morrerá.
Você tem coragem de jogar?
domingo, 25 de maio de 2014
O homem sem olhos
Todos os dias, meus pais me contavam várias histórias.
Ainda me lembro quando minha mãe me contou sobre o homem sem olhos.
Ele é parecido com o slender man, só que com uma boca cheia de dentes que ele bate com força uns nos outros, fazendo um barulho horrível.
No lugar dos olhos, ele tem somente a pele totalmente podre. As roupas dele são totalmente rasgadas e ensopadas de sangue.
Ele se esconde em praças escuras. Se você tiver sorte, conseguirá vê-lo somente uma única vez na vida. Se isso acontecer, não olhe pro rosto dele. Se você olhar, ele vai roubar os seus olhos e comer todos os seus órgãos.
Quando ele terminar, o seu corpo nunca será encontrado, e você será o próximo homem sem olhos.
Ainda me lembro quando minha mãe me contou sobre o homem sem olhos.
Ele é parecido com o slender man, só que com uma boca cheia de dentes que ele bate com força uns nos outros, fazendo um barulho horrível.
No lugar dos olhos, ele tem somente a pele totalmente podre. As roupas dele são totalmente rasgadas e ensopadas de sangue.
Ele se esconde em praças escuras. Se você tiver sorte, conseguirá vê-lo somente uma única vez na vida. Se isso acontecer, não olhe pro rosto dele. Se você olhar, ele vai roubar os seus olhos e comer todos os seus órgãos.
Quando ele terminar, o seu corpo nunca será encontrado, e você será o próximo homem sem olhos.
Top 10: vídeos bizarros
1. Dining Room or There is Nothing
2. Crooked Rot
3. Cooking idol
4. Agamemnon counterpart
5. Manny
6. It's Coming
7. Fantastic Hey Hey Hey
8. Final Surgery
9. The Cat With Hands
10. Mr. East Loves Mom
2. Crooked Rot
3. Cooking idol
4. Agamemnon counterpart
5. Manny
6. It's Coming
7. Fantastic Hey Hey Hey
8. Final Surgery
9. The Cat With Hands
10. Mr. East Loves Mom
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